segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O amor pode ser patológico

            Numa relação amorosa saudável é comum dedicar atenção e afeto ao seu parceiro, mudar os hábitos e alterar a rotina. Porém, torna-se preocupante quando estes comportamentos ocorrem de forma exagerada. Não é saudável quando uma pessoa se doa demais em um relacionamento,se ocupando mais do parceiro do que gostaria. Quando a pessoa não consegue controlar sua entrega em um relacionamento, não tendo mais controle sobre sua conduta e prioriza a relação deteriorando outros aspectos de sua vida, provavelmente sofre de amor patológico.
A característica marcante do amor patológico é o comportamento de dedicar muito tempo e atenção ao parceiro objetivando receber afeto e, assim, evitar sentimentos pessoais como baixa auto-estima, insegurança, medo de ficar sozinho. O portador do amor patológico procura no parceiro o alívio para suas angústias.
O amor patológico tem características de dependência do parceiro. A pessoa dependente vive em função do outro. Sofre emocionalmente na ausência do parceiro e até fisicamente, podendo apresentar sintomas de abstnência comparados aos sofridos por dependentes químicos. Quando o parceiro está distante (física ou emocionalmente) ou diante de uma ameaça de abandono, podem ocorrer: insônia, taquicardia, tensão muscular, alternando-se períodos de letargia e intensa atividade. O dependente afetivo sofre com a possibilidade da perda e do abandono, visto que é muito inseguro e possui baixa auto-estima.
Ainda que o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, não inclua a co-dependência na lista das patologias, quem lida com psicoterapia pode perceber em seus consultórios, a grande demanda de pacientes que manifestam sintomas de abstinência. Se as pessoas afetadas, desconhecem sua patologia, esta pode gerar níveis de estresse que diminuem sensivelmente a qualidade de vida. Possivelmente contribuindo em outras doenças, como doenças cardiovasculares e as dependências químicas. Embora o Amor patológico não seja muito estudado, é bastante provável que esse quadro possa estar associado a outros transtornos psiquiátricos, tais como quadros depressivos e ansiosos. É possível também que casos de Amor Patológico (AP) possam ocorrer isoladamente em personalidades mais propensas a desenvolver a patologia. Em casos mais expressivos o AP vem acompanhado de sentimentos de rejeição, de abandono e de raiva.

Referência:
SOPHIA, Eglacy C; TAVARES, Hermano; ZILBERMAN, Monica L. Amor patológico: um novo transtorno psiquiátrico?. Rev. Bras. Psiquiatr.  São Paulo,  v. 29,  n. 1, Mar.  2007 Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462007000100016&lng=en&nrm=iso



Atendimento psicoterápico em nossa área de atuação

Atendimento psicoterápico via computador. Se quiserem obter informação leiam abaixo:


Sabe-se que a Psicologia, no Brasil, é uma profissão reconhecida por lei, ou seja, a lei 4.119, de 1962, reconhece a existência da Psicologia como profissão.

São psicólogos habilitados ao exercício profissional, aqueles que completam o curso de graduação em Psicologia e se registram no órgão profissional competente. (BOCK, 2002)

Segundo Bock, o psicólogo possui instrumentos teóricos para desvendar o que está implícito, encoberto, não aparente e, nesse sentido, a pessoa, grupo ou instituição tem um papel fundamental, pois o psicólogo não pode ver na bola de cristal ou nas cartas. Para poder trabalhar, ele precisa que as pessoas falem de si, contem sua história, dialoguem, exponham suas reflexões. O psicólogo pode, junto com o paciente, desvendar razões e compreender dificuldades, caracterizando-se, assim, sua intervenção.

Pode-se dizer que o psicólogo é um profissional que desenvolve uma intervenção no processo psicológico do homem, uma intervenção que tem a finalidade de torná-lo saudável, isto é, capaz de enfrentar dificuldades do cotidiano; e faz isso a partir de conhecimentos acumulados pelas pesquisas científicas na área da Psicologia.

Agora que já expliquei um pouco sobre a prática do psicólogo, quem já ouviu dizer sobre atendimento psicoterápico via computador?

Para quem não sabe esse atendimento é um novo método que não substitui um processo de psicoterapia. Não é adequada em momentos de crise muito grave.

Cabe ressaltar que só pode prestar esse tipo de serviço, psicólogos que estão devidamente legalizados e monitorados pelo Conselho Federal de Psicologia.

São reconhecidos os serviços psicológicos mediados por computador, desde que não psicoterapêuticos, tais como:

Orientação psicológica;


Orientação afetivo-sexual;                                                          


Orientação profissional;


Orientação de aprendizagem;


Psicologia escolar;


Consultorias a empresas;


Reabilitação cognitiva, comunicativa;


Utilização de testes psicológicos informatizados.


Os temas abordados podem ser:


Ansiedade;


Alterações de humor;


Fobias e medos,


Sofrimento em função de doenças físicas;


Dificuldades na resolução de problemas;


Dificuldades nas tomadas de decisão;


Problemas de relacionamento; Outros.

Cabe lembrar que a consulta de orientação on-line pode ser efetuada através de: E-mail, MSN e SKYPE.

Nos links: http://www2.pol.org.br/legislacao/pdf/resolucao2005_12.pdf e http://www.anapaulamachado.com.br/atendimento_online.asp; vocês encontrão detalhes da Resolução, no qual regulamenta o atendimento psicoterápico.

Então, agora que vocês sabem um pouco sobre atendimento psicoterápico, você utilizaria essa ferramenta em sua prática ou não? Por quê?

Um grande abraço Angélica Fune de Carvalho

Referências

BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologia: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002.

http://www2.pol.org.br/legislacao/pdf/resolucao2005_12.pdf

http://www.anapaulamachado.com.br/atendimento_online.asp

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Reflexões acerca das Políticas Públicas de Saúde Mental

Foi realizada uma visita ao Centro de Convivência do CERSAM - Regional Noroeste, no bairro Padre Eustáquio, com objetivo de visualizar a aplicação das Políticas Públicas de Saúde Mental.
Em conversa com a responsável pelo Centro de convivência, foram discutidas algumas idéias, dentre elas, a importância da sociedade acolher aquela pessoa portadora do transtorno mental e sobre estudos que criticam a forma de tratamento em hospitais psiquiátricos e os malefícios das internações de longa permanência que tratam o paciente isolando-o do convívio com a família e com a sociedade como um todo. E é nesse momento em que se faz fundamental a Política Pública de Saúde Mental, propondo a substituição dos hospitais psiquiátricos por sistemas substitutivos de tratamento de transtornos mentais, permitindo o desenvolvimento destes indivíduos como cidadãos, valorizando-os como verdadeiros seres humanos, com direitos e deveres, incluindo-se na sociedade, deixando de serem problemas, sendo apenas pessoas com diferenças, necessitadas de tratamentos.

A transição e substituição dos serviços têm acontecido aos poucos, o número de serviços substitutivos ainda está em crescimento, uma vez que é importante garantir a estes serviços os recursos necessários e a estrutura básica de apoio aos sujeitos portadores de transtornos mentais. Porém, mesmo que haja toda a transferência de tratamento para os CAPS, é fundamental uma reeducação social para a inserção destes indivíduos no mundo. É importante destacar que falamos aqui da inserção, e não reinserção, como muitas pessoas declaram. 


Muitos destes sujeitos não tiveram a oportunidade de ser uma pessoa por completo, não foram considerados com suas diferenças, suas excepcionalidades, não tiveram a oportunidade de serem autênticos nem verdadeiros. A mudança necessária em toda a sociedade diz da capacidade de reconhecer estes indivíduos, nas suas verdades, nas suas essências, tornando-os verdadeiros cidadãos, e é este caminho que, na nossa opinião precisa ser traçado, antes de qualquer substituição de serviços.




Em meus versos faço o reverso para a gente sonhar
Letra e música :  Márcio Lima.

          Foi muita luta pra chegar até aqui
          E hoje vou comemorar.
          São vinte anos de história,             
          Minha trajetória, neste movimento singular.
                        
          Neste universo de razão e lucidez          
          Meus versos vão me levar              
           E assim eu componho,              
          O reverso num sonho,         
          Contigo pra outro lugar.
               
          Eu sou brasileiro, poeta-guerreiro,          
          E não me canso de esperar,                        
          Que em minha loucura você me procure                       
          Sem medo ou tristeza no olhar.
                     
          Se eu sou diferente, me leva pra frente,                   
          Meu medo é a razão de lutar.              
          E desta incerteza, fazer a grandeza,                     
          Que um dia há de transformar.
                                          
          Vem, lutar com a gente por este lugar!
                                                 
          Tem, gente demais querendo te abraçar!
                
          E agora eu te peço,em samba e verso,                
          Me escuta pois eu vou falar.              
          Feliz da tristeza,que encerra a grandeza,           
          De não ter que se calar.

     Me mostra preto-no-branco, que eu quero ver
     A verdadeira mentira aparecer.
                                                                                          Refrão
     Me prendo na liberdade de ser então,                    
     Das ruas desta cidade um outro cidadão.





Música que embalou o desfile da  da Escola de Samba Liberdade Ainda que Tam-tam, no Movimento da Luta Antimanicomial, no dia 18/maio/2007.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA E SEUS NOVOS ARRANJOS


Segundo Uziel (2004), família é um conceito que emerge da relação social e, portanto, acompanha as transformações que ela sofre. Antigamente a família era vinculada ao conceito de casamento. Com a modificação da posição da mulher na sociedade, adquirindo autonomia, as famílias também tomaram novas formas.
Conforme Vaitsman (1994), o surgimento da sociedade industrial moderna, seguido da urbanização e do desenvolvimento científico e tecnológico, contribuiu para uma redefinição das relações de classe, gênero e família. Antes da Revolução Industrial as famílias eram nucleares, patriarcais e sua subsistência advinha de produção própria. Após esta revolução, a família transformou-se em conjugal moderna, cujo sustento agora provinha do trabalho remunerado, conforme o princípio universal de mercado. Essa modernização implicou na divisão sexual do trabalho, levando a sociedade a reorganizar-se.
A família conjugal moderna pode ser definida como uma instituição estruturada sobre uma relação de amor e de contrato, na qual dois indivíduos se relacionam livremente devido a uma escolha pessoal, porém, constrangida sob a égide de uma hierarquia sexual, pois ao homem cabe a vida pública e à mulher, a vida privada. Este modelo entra em crise a partir do momento em que se questiona a divisão sexual do trabalho e finda-se a idéia da dicotomia entre público e privado. As mulheres passam a participar da vida pública, a princípio através das atividades profissionais, se estendendo então à política e movimentos sindicais, aos estudos, à arte e cultura, causando assim uma redefinição da noção de família na contemporaneidade (VAITSMAN, 1994).
A partir da década de 60, com a afirmação da emancipação feminina, o núcleo familiar conhece profundas mudanças, dentre elas o aumento do número de divórcios, de uniões livres, e de recomposições familiares bem como o surgimento de novos rearranjos “[...] o pluralismo familiar é o resultado de uma transformação profunda das relações de gênero e da emergência de um novo equilíbrio entre autonomia individual e pertencimento familiar.”(SINGLY, 2007, p.12).
Singly (2007) afirma que o fator afetivo presente nas relações familiares irá marcar a separação entre o espaço público e o espaço privado (intrafamiliar). Assim, a família contemporânea pode ser considerada basicamente como um “espaço privado” em que os sujeitos buscam viver juntos e desfrutar desta relação. Ao mesmo tempo em que a família contemporânea torna-se privada, também ocorre o movimento para que seja pública. Isso acontece uma vez que as relações familiares não são vividas da mesma forma que antes, não sendo mais tão presente o sistema patriarcal e havendo, aos poucos, a interferência do Estado na convivência familiar, principalmente no que se refere à legalização de relações antes mal vistas: divórcio, reconhecimento das uniões civis homossexuais, dentre outras.
A partir dos anos 80 novos modelos de família começam a emergir de modo mais frequente/visível. Surgem as famílias monoparentais. Conforme Uziel (2004), o vocábulo monoparental foi sugerido por Nadine Lefaucheur e sociólogas feministas que teriam utilizado o termo a fim de valorizar lares chefiados por mulheres (divorciadas, mães solteiras, viúvas) e que puderam constituir suas famílias sem sofrer tanto a pressão que a sociedade antes as imputava. Em decorrência destas mudanças, famílias são compostas e recompostas, uma vez que um dos cônjuges de uma união desfeita passa a viver com outra pessoa, que muitas vezes já possuía outros filhos, modelo que se torna cada vez mais comum. As uniões livres foram crescendo aliadas ao aumento do trabalho assalariado das mulheres. Junto a isso, uma redução considerável nos nascimentos ocorreu, devido ao uso de métodos contraceptivos pelas mulheres, que começam a priorizar o crescimento intelectual e profissional (SINGLY, 2007).

O brincar e a análise infantil



O brincar é um grande auxiliar no desenvolvimento infantil. Através dele a criança se socializa, aprende sobre regras e limites, desenvolvem habilidades visuais, auditivas, raciocínio criativo, inteligência, etc. além de ser também uma forma de expressão infantil. Pode-se dizer, seguindo Winnicott (1975), que o brincar é universal, facilita o crescimento e, portanto, a saúde, conduz a relacionamentos grupais, é uma forma de comunicação consigo mesmo e com os outros.
Esse mesmo autor aponta a relevância do lugar do brincar no espaço analítico, apontando como modo privilegiado de intervenção psicoterapêutica.

“A psicoterapia se efetua na sobreposição de duas áreas do brincar, a do paciente e a do terapeuta. A psicoterapia trata de duas pessoas que brincam juntas. Em conseqüência, onde o brincar não é possível, o trabalho efetuado pelo terapeuta é dirigido então no sentido de trazer o paciente de um estado em que não é capaz de brincar para um estado em que o é”. (Winnicot apud Durante,, 1975, p.59).

Winnicot se refere ao brincar enquanto ação conjunta, enquanto uma inter-ação. Nesta perspectiva, pensar o lugar do brincar no contexto do setting analítico enquanto forma de inter-ação, ou dito de outro modo, como forma de expressão de uma “ação entre”, nos abre a possibilidade de enxergar tal atividade como forma mesma de expressão e constituição subjetiva, ou seja, como linguagem.
De acordo Cabral, citado por Neto a análise infantil funda-se no princípio da catarse, uma vez que tenta explorar o mundo de sentimentos e impulsos inconscientes (os “fantasmas” infantis) como origem efetiva de todas as ações e reações observadas nos pequenos pacientes.”
Contudo, é preciso ainda que haja bastante minúcia com relação ao brincar da criança, para que não haja falsas interpretações, por isso, a importância de um discurso da criança amarrado a brincadeira. A brincadeira é um elemento importante para a criança se expressar, mas pode acontecer dela colocar ali tão somente um desenho, um jogo, uma determinada cena, sem o desejo de informar nada para além disso.

"Gestão e Cuidado"


Durante todo o semestre tentamos fazer uma discussão do que seria o cuidado e a gestão dentro do nosso campo, com a finalidade de que no fim do período os alunos tivessem uma orientação para saber descrever um e outro com suas diferenças e semelhanças, sentindo que um é integrado ao outro, mesmo sendo duas ênfases diferentes, ambas andam juntas se entrelaçando em vários contextos. E assim compreendendo as ênfases que o curso de psicologia da PUC Minas unidade São Gabriel oferece aos alunos, que poderão no semestre que vem fazer suas escolhas de maneira consciente, tendo em mente o que significa a abordagem de cada uma e qual a área de atuação das mesmas.
Essa disciplina foi apresentada pela primeira vez nesse semestre justamente para isso, dar uma orientação. Os professores achavam necessário, presente na grade curricular, uma disciplina que ajudassem os alunos com as ênfases, que o fizerem entender cada uma por meio de uma articulação entre as mesmas. Discutindo assim a proposta curricular de ênfases transversais preparando os alunos para o início dos Seminários Temáticos de Integração associados aos respectivos estágios.
Essas discussões foram feitas em grupos de apenas seis alunos, os mesmos grupos que por todo o período postaram textos no blog, as hipóteses foram levantadas em sala de aula e em um texto mais elaborado foram de maneira lenta e eficaz sendo divulgadas por meio do blog. Sendo esse uma proposta trazida pelas duas professoras responsáveis pela Disciplina Valéria e Cássia, o blog foi uma proposta inteligente para que os alunos de psicologia ficassem por meio do que acontece na universidade de uma maneira atualizada e tecnológica.
E por fim mostra-se aqui que a disciplina veio em uma ótima hora para ampliar os olhares dos alunos dentro da universidade para as ênfases propostas pela mesma, a fim de que todos façam suas escolhas de modo satisfeito e sem dúvidas do que realmente cada uma abrange.

domingo, 14 de novembro de 2010

Ética no cuidado numa perspectiva estética


A ética é vital nesse mundo desenfreado pela lógica de mercado, que tenta subtrair o humano, a subjetividade e a dignidade. Sendo assim, é preciso ter a prática de sentimentos ingênuos como confiança/desconfiança, amor e querer e ver realizações, no mais amplo sentido. No artigo “O ético e o estético nas relações de cuidado em enfermagem” o autor pensa numa ética que tem compromisso com a vida e a partir dessa idéia ele fala das mudanças no meio da enfermagem. Ele ressalta o início dessas rupturas com o poder de mando das instituições que se deu em 1960, no qual o Estado e a religião foram questionados trazendo mudanças, numa época que surgiram novas tecnologias e conhecimento.

A enfermagem contemporânea traz a questão da estética e do desejo, que, segundo o autor, se ancora na ética. Isso significa resgatar aspectos humanos como estética sentimentos e cidadania. Pois o mundo da estética muitas vezes pode passar do sonho de uma bela mudança para um doloroso processo de descontentamento e arrependimento. Implicando ainda em sérios problemas psicológicos. Dessa forma a ética em enfermagem permite repensar questões do passado, ajudando a realizar ações do presente, visando o bem estar do ser humano, com um espaço para o mesmo expressar sua subjetividade.
Muito bacana!


TEIXEIRA, Enéas Rangel. O ético e o estético nas relações de cuidado em enfermagem. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 14, n. 1, mar. 2005 . Disponível em . acessos em 14 nov. 2010. doi: 10.1590/S0104-07072005000100012.


VOCÊ SABE O QUE É PSICOLOGIA SOCIAL?

Tendo em vista o grande receio de nossa sala por esta área da Psicologia resolvemos esclarecer o que é e qual é o trabalho do Psicólogo Social.

Nos cursos de Psicologia é comum encontrarmos acadêmicos dos primeiros períodos dizendo que já escolheram a clínica e que detestam a social enquanto os que estão nos últimos períodos dizem que gostam mais da social. A nossa sala é que apresenta menor número de acadêmicos favoráveis a Psicologia Social. Pensamos que o motivo de tanto desprezo foi a disciplina Psicologia Social, no qual vimos teorias atrás de teorias. Mas esse fenômeno ocorre com muitas outras disciplinas como por exemplo a Existencial Humanista ou a Psicanálise. A teoria é densa, às vezes chata e cansativa, mas a prática é muito atrativa (para alguns).

De início pegamos a tabela abaixo de exemplo:

Corpo docente
Nome do professor
Qualificação do professor
Área de conhecimento
Titulação
Adriano Cordeiro Leite
Tecnologia
Ciências Exatas E Da Terra
Mestre
Alexandre Frank Silva Kaitel
Psicologia
Psicologia
Mestre
Aline Aguiar Mendes Vilela
Psicologia
Psicologia
Mestre
Ana Heloisa Senra
Psicologia
Psicologia
Mestre
Ana Maria Valladao Pires Gama
Educação
Educação
Especialista
Angela Maria Siman
Ciências Humanas
Ciências Humanas
Doutor
Aurelio Alves Ferreira
Filosofia
Filosofia
Mestre
Bernardo Andrade Marcolla
Doutorado Em Letras
Letras
Doutor
Betânia Diniz Gonçalves
Psicologia
Psicologia Social
Doutor
Carla de Abreu Machado Derzi
Psicanalise
Ciências Da Saúde
Doutor
Carlos Eduardo Carrusca Vieira
Psicologia Social
Psicologia Social
Mestre
Cássia Beatriz Batista e Silva
Psicologia
Psicologia
Mestre
Claudia Regina Barroso Ribeiro
Eng. de Produção - Organizações E Instituições
Engenharia De Produção
Mestre
Cristina Moreira Marcos
Psicanálise
Psicologia
Doutor
Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães
Mestrado Em Teologia
Teologia
Mestre
Elizabete Beling Caetano da Silva
Educação
Ciências Sociais Aplicadas
Mestre
Eni Ribeiro da Silva
Psicologia
Psicologia
Mestre
Enrique Porta Lopez Puigcerver
Teologia
Teologia
Mestre
Ester Eliane Jeunon
Psicologia
Psicologia
Doutor
Fabiana de Andrade Campos
Psicologia
Psicologia
Mestre
Flavio Duraes
Filosofia
Filosofia
Mestre
Geisa Maria Emilia Lima Moreira
Gerontologia Social
Psicologia
Especialista
Hélio Cardoso de Miranda Júnior
Psicologia
Psicologia
Doutor
Isabela Saraiva de Queiroz
Psicologia
Psicologia
Mestre
João Leite Ferreira Neto
Psicologia Clínica
Psicologia
Doutor
Jorge Franca de Oliveira
Filosofia
Filosofia
Mestre
José Ruiz Guillén
Mestrado Em Teologia
Teologia
Mestre
Junia Dinelli Silva
Ciências Biológicas: Morfologia
Morfologia
Mestre
Junia Moraes Lage e Silva
Psicologia
Psicologia
Mestre
Katia Tomagnini Passaglio
Ciências Biológicas
Biologia Geral
Doutor
Liza Fensterseifer
Psicologia
Psicologia
Doutor
Lucia Efigenia Goncalves Nunes
Psicologia
Psicologia
Mestre
Luciana Kind do Nascimento
Saúde Coletiva
Saúde Coletiva
Doutor
Mara Marçal Sales
Psicologia
Psicologia
Mestre
Marcelo Augusto Resende
Psicologia
Psicologia Social
Mestre
Marcia Mansur Saadallah
Ciências Sociais
Ciência Política
Mestre
Marcia Stengel
Ciências Sociais
Ciências Sociais
Doutor
Maria Auxiliadora da Silva
Psicologia Social
Psicologia Social
Doutor
Maria Cristiana Seixas Villani
Psicologia
Psicologia
Mestre
Maria Cristina M de Andrade
Psicologia
Psicologia
Mestre
Maria da Penha Zanotelli Felippe
Educação Afetivo Sexual
Teologia
Especialista
Maria de Fátima Lobo Boschi
Psicologia
Psicologia
Mestre
Maria dos Anjos Lara e Lanna
Lingüística
Lingüística
Doutor
Maria Madalena Silva de Assunção
Educação
Educação
Doutor
Marlene Buzinari
Mestre Em Psicologia
Psicologia
Mestre
Mirelle França Michalick Triginelli
Psicologia
Psicologia
Mestre
Monica Silveira Barrouin
Psicologia Experimental: Análise Do Comportamento
Psicologia Experimental
Mestre
Myriam Martins Alvares
Antropologia Social
Antropologia
Mestre
Nanci das Gracas Carvalho Rajao
Filosofia
Filosofia
Mestre
Patrícia Pinto de Paula
Ciência Da Informação
Ciência Da Informação
Mestre
Paulo Roberto Borges Seccarelli
Psicopatologia E Psicanálise
Psicologia
Doutor
Ramon Aluane Hipólito
Odontologia - Clínicas Odontológicas - Estomatolog
Odontologia
Mestre
Rubens Ferreira do Nascimento
Psicologia
Psicologia
Mestre
Stella Maria Poletti Simionato Tozo
Ciências: Psicologia
Psicologia
Doutor
Valeria Silva Freire de Andrade
Psicologia Clínica
Psicologia
Doutor
Vera Maria Neves Victer Ananias
Educação
Educação
Mestre
Viviane de Oliveira Baumgartl
Psicologia
Psicologia
Mestre
http://www.pucminas.br/ensino/graduacao/graduacao.php?pagina=17&pagina=3668&curso=85&mostra=docente

Pela tabela vemos que muitos de nossos professores tem uma qualificação ou uma área de conhecimento diferente daquela que trabalha. Então por quê tanto preconceito com a psicologia social 6º período? Será que muitos pensam que esta área só lida com pobres, marginalizados, pessoas de baixa renda, moradores de aglomerados, pessoas em risco social? Esperamos que esse não seja o motivo maior.
             
A Psicologia Social é uma especialidade da Psicologia que lida com a interação humana, que aborda as relações entre os membros de um grupo social. O psicólogo social irá trabalhar com as relações sujeito-sujeito, sujeito-grupo e grupo-grupo. Para compreender como o homem se comporta em suas interações sociais é necessário criar fronteiras com a Sociologia. De acordo com Silva e Pinto (1986), a psicologia evidencia a interação entre determinantes biológicos e culturais das condutas e elucida as funções psicológicas do ser humano enquanto ser que se adapta ao meio. Por outro lado, a sociologia procura realçar as regularidades que existem na sociedade, ou seja, os padrões decorrentes da vida social que determinam a ação e que são observáveis pela recorrência do relacionamento entre as pessoas. Assim, procura articular as regularidades com a ação, percebendo como a estrutura condiciona a acção e como é que a ação produz a estrutura. De modo sucinto, Silva e Pinto (1986) referem que os psicólogos centram a sua atenção nas estruturas psicológicas gerais das condutas e os sociólogos vêem as estruturas como condicionadas pelas dinâmicas de grupo e pelas organizações sociais. Verifica-se, assim, um fosso acentuado entre estas duas disciplinas, pois a psicologia dá ênfase à dimensão individual e a sociologia à dimensão social.
           
“A especialidade de Psicologia Social fica instituída com a seguinte definição:
I - Atua fundamentada na compreensão da dimensão subjetiva dos fenômenos sociais e coletivos, sob diferentes enfoques teóricos e metodológicos, com o objetivo de problematizar e propor ações no âmbito social. O psicólogo, nesse campo, desenvolve atividades em diferentes espaços institucionais e comunitários, no âmbito da Saúde, Educação, trabalho, lazer, meio ambiente, comunicação social, justiça, segurança e assistência social.
Seu trabalho envolve proposições de políticas e ações relacionadas à comunidade em geral e aos movimentos sociais de grupos étnico-raciais, religiosos,de gênero, geracionais, de orientação sexual, de classes sociais e de outros segmentos socioculturais, com vistas à realização de projetos da área social e/ou definição de políticas públicas. Realiza estudo, pesquisa e supervisão sobre temas pertinentes à relação do indivíduo com a sociedade, com o intuito de promover a problematizarão e a construção de proposições que qualifiquem o trabalho e a formação no campo da Psicologia Social (Resolução CFP N° 05/2003, art. 3).

A psicologia social está em todos os campos, é tão ampla e tão rejeitada pela nossa turma. Não estamos tentando “convertê-los”. Só queríamos deixar claro que esta área não está apenas voltada ao trabalho com as classes desfavorecidas ou em risco social. É uma área ESPETACULAR, SENSACIONAL e que pode trazer muitas oportunidades para nós, futuros psicólogos.

PENSEM MELHOR NA PSICOLOGIA SOCIAL!


Referências

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução n°. 5/2003, de 14 de junho de 2003. Reconhece a Psicologia Social como especialidade em Psicologia para finalidade de concessão e registro do título de Especialista. Brasília, 2003.

Silva, A. & Pinto, J. (1986). Uma visão global sobre as ciências sociais. In Silva, A. & Pinto, J. (Coords.), Metodologia das Ciências Sociais (pp. 9-27). Porto: Edições Afrontamento.