Numa relação amorosa saudável é comum dedicar atenção e afeto ao seu parceiro, mudar os hábitos e alterar a rotina. Porém, torna-se preocupante quando estes comportamentos ocorrem de forma exagerada. Não é saudável quando uma pessoa se doa demais em um relacionamento,se ocupando mais do parceiro do que gostaria. Quando a pessoa não consegue controlar sua entrega em um relacionamento, não tendo mais controle sobre sua conduta e prioriza a relação deteriorando outros aspectos de sua vida, provavelmente sofre de amor patológico.
A característica marcante do amor patológico é o comportamento de dedicar muito tempo e atenção ao parceiro objetivando receber afeto e, assim, evitar sentimentos pessoais como baixa auto-estima, insegurança, medo de ficar sozinho. O portador do amor patológico procura no parceiro o alívio para suas angústias.
O amor patológico tem características de dependência do parceiro. A pessoa dependente vive em função do outro. Sofre emocionalmente na ausência do parceiro e até fisicamente, podendo apresentar sintomas de abstnência comparados aos sofridos por dependentes químicos. Quando o parceiro está distante (física ou emocionalmente) ou diante de uma ameaça de abandono, podem ocorrer: insônia, taquicardia, tensão muscular, alternando-se períodos de letargia e intensa atividade. O dependente afetivo sofre com a possibilidade da perda e do abandono, visto que é muito inseguro e possui baixa auto-estima.
Ainda que o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, não inclua a co-dependência na lista das patologias, quem lida com psicoterapia pode perceber em seus consultórios, a grande demanda de pacientes que manifestam sintomas de abstinência. Se as pessoas afetadas, desconhecem sua patologia, esta pode gerar níveis de estresse que diminuem sensivelmente a qualidade de vida. Possivelmente contribuindo em outras doenças, como doenças cardiovasculares e as dependências químicas. Embora o Amor patológico não seja muito estudado, é bastante provável que esse quadro possa estar associado a outros transtornos psiquiátricos, tais como quadros depressivos e ansiosos. É possível também que casos de Amor Patológico (AP) possam ocorrer isoladamente em personalidades mais propensas a desenvolver a patologia. Em casos mais expressivos o AP vem acompanhado de sentimentos de rejeição, de abandono e de raiva.
Referência:
SOPHIA, Eglacy C; TAVARES, Hermano; ZILBERMAN, Monica L. Amor patológico: um novo transtorno psiquiátrico?. Rev. Bras. Psiquiatr. São Paulo, v. 29, n. 1, Mar. 2007 Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462007000100016&lng=en&nrm=iso
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