Como se encontra a psicologia, o mercado de trabalho e como, enquanto estudantes, temos nos posicionado sobre os processos de transformação e desenvolvimento do saber psi? Muitas perguntas, questionamentos complexos, mas necessários para sabermos o que queremos da psicologia e como temos construído nossa relação. Sim! Nós temos uma relação com a Psicologia. Relação de amor e ódio, de incompreensões, de impaciência, de vários DR’s, de voltas e revoltas, de momentos de paixão e amizade e também de vontade de botar um fim em tudo e partir pra outra. Mas estamos com ela e queremos, até que alguém diga o contrário, manter a nossa relação. E apesar de ser um consenso entre nós não termos entrado nesta relação por amor (isso a gente explica em outro post), queremos melhorar nosso vínculo afetivo e estamos dispostos a compreendê-la.
E o primeiro passo é saber a quantas anda nossa companheira. Já percebemos que ela passa por um momento difícil. Percebemos que a Psicologia tem passado por um desequilíbrio em seus processos de legitimação e identidade.
E o primeiro passo é saber a quantas anda nossa companheira. Já percebemos que ela passa por um momento difícil. Percebemos que a Psicologia tem passado por um desequilíbrio em seus processos de legitimação e identidade.
Com um pouco de receio, característico desta fase na qual nos encontramos (6º período, meio caminho andado para diploma, formação é outra coisa, ué!), com muitas dúvidas e poucas certezas, temos vistos debates, não muito intensos, sobre a legitimação da psicologia, formação da sua identidade, seu posicionamento na sociedade, etc... Assim, lendo, estudando, trabalhando, chamou-nos a atenção alguns textos que clareavam nossos horizontes, sobre os problemas enfrentados pela psicologia na atualidade. Aí também instalou-se em nós uma preocupação, pois compreendemos a problemática, mas não vemos o assunto em pauta entre os estudantes de psicologia.
A psicologia passa na atualidade por uma crise e dificuldades na solução deste problema são claros. Drawin pontua tal crise em três aspectos: o primeiro a nível técnico, pois a psicologia é fortemente associada a uma demanda de aplicação de teste e seu crescimento se deu pela necessidade de provar sua cientificidade. Prova disto é que a aplicação de testes é primeira das três atividades mais exercidas pelos psicólogos (nesse caso, não psicólogos também!). O segundo está circunscrito a nível teórico, onde o campo psi sofre um a pressão da academia e da sociedade para atingir uma uniformidade teórica de cunho unilateral (ops, por nós o respeito pelo saber do outro já está de bom tamanho!). E por último a nível prático, ( entenda-se prático por práxis, como já dizia Marx, como agir social em sua dimensão ética e política. Bonito isso, hein!!!). Neste nível se encontra raiz da crise e especificamente na ética profissional. Mas a visão social que está mais atrelada à profissão do psicólogo é um modelo de atuação médico atuando em consultórios, clínicas de atendimento particular . Alguns estudiosos enfatizam que a psicologia deveria ser mais que uma atividade de luxo e por sua natureza eminentemente social não poderia ser reduzida a uma técnica para solucionar os problemas dos privilegiados, e outros concluem indagando que a psicologia está longe de ser abrangente a ponto de ser definida pela sua utilidade e contribuição a sociedade e questiona a adequação a realidade social e também no que concerne a contribuição para a resolução dos problemas sociais do HOMEM BRASILEIRO.
Temos até aqui questões que atravessam nossa vida e formação enquanto sujeitos que buscam transformar sua realidade e se identificar com sua profissão. Contudo, mais do que esse processo identificação, desejamos integrar e contribuir com um saber que está em construção. Desejamos participar e realizar nosso potencial. Queremos trazer em pauta os problemas e as possibilidades de solução e melhorias. Não queremos apenas reproduzir o que nos é passado na academia (desse jeito a gente fica mal acostumado!), queremos interagir, criticar, transformar e criar novos saberes e conhecimentos que estejam pautados na nossa realidade, na busca do bem estar social. E nós já entendemos que não é tarefa fácil. Sabemos que pontuar os problemas é muito mais simples que elaborar soluções. No entanto, é por aí que começamos... E no mais, o que queremos é fazer com que esse relacionamento, apesar das dificuldades inerentes ( e booota dificuldade nisso!), possa seguir em frente. . .
dos Ermitões
Com auxilio de:
DRAWIN, Carlos Roberto. Ética e Psicologia: por uma demarcação filosófica. Psicol. cienc. prof. [online]. 1985, vol.5, n.2, pp.