Este texto tem como objetivo articular a prática realizada no
acolhimento aos pacientes da LAÇO ( ONG voltada para a comunidade carente de
Belo Horizonte que necessita de tratamento psiquiátrico), com a disciplina Gestão
e Cuidado, bem como a formação do psicólogo. Para isso, teremos como base
teórica o texto, “A formação do psicólogo para atuação em instituições de
saúde”, Mary Jane Spink.
A LAÇO nasceu da vontade da psiquiatra Inês Julião em ajudar os seus
pacientes indo além do tratamento medicamentoso convencional, ampliando as
possibilidades de inserção social por meio de oficinas voltadas para a produção
manual e artísticas, e capacitação profissional.
Atuando por meio de parcerias (PUC, FUMEC, TEKNISA e TELEMONT), a
LAÇO atende a um publico de cerca de 700 pacientes.
O nosso trabalho como estagiárias na ONG caracteriza-se pelo
acolhimento desses pacientes, para que eles possam se dirigir à consulta
psiquiátrica, e posteriormente participar das oficinas.
Em tal acolhimento, procuramos identificar a queixa principal, a
história de vida do paciente e o desenrolar de seu sofrimento psíquico.
Por meio desse contato é possível perceber a importância de voltar
os nossos olhares para além do acadêmico, e assim intercalar teoria e prática,
visto que são duas coisas indissociáveis.
Nesse sentido o texto de
Spink, é de grande relevância , pois apresenta uma discussão interessante sobre
a formação do psicólogo e sua atuação em instituições de saúde. A autora pontua
que a inserção institucional desse profissional deverá ser feita de maneira
reflexiva, para isso é fundamental que se estabeleça um vocabulário comum e se
desconstrua conceitos utilizados. O primeiro deles é a própria definição de
instituição, que segundo a autora, é um termo utilizado no cotidiano
profissional para designar sistemas de normas que estruturam um grupo social
quanto para referir-se a um estabelecimento, como por exemplo, hospitais,
clínicas, e nosso caso a própria Laço,
regidos por normas vinculadas ao coletivo, que posteriormente
“atingirão o estatuto de normas universais e leis”.
Segundo Spink, compreender o
processo de institucionalização destas normas e a dinâmica que envolve o
desenrolar da prática profissional é importante para que o psicólogo
desenvolva um trabalho carregado de sentido, “consciente e conscientizador”.
A autora pontua ainda que entender o problema do cliente institucional
sem levar em consideração a problemática social
que o transformou em cliente desta instituição seria um erro. Assim como não considerar a própria história
da instituição e as pessoas que a movimentam.
Entender o processo de construção da Ong foi necessário, assim como
esse contato na laço nos possibilita
enquanto estudantes compreender os sujeitos em suas diferenças e em sua
realidade, e para esses indivíduos tal
atendimento além de proporcionar a inserção social, promove também a integração grupal.
No que se refere ao estágio, podemos afirmar que é através desse
contato que o processo de construção de nossa identidade profissional começa a
ser formulado, e é inegável que nos
auxilia também nas reflexões
sobre a formação e no desenvolvimento de posturas críticas sobre a práxis da
psicologia e sua aplicação na atualidade.
Grupo: Subjetividade
GRUPO PSICO SOCIAL.
ResponderExcluirPara o grupo Psico Social, independente de ser obrigatório, o estágio curricular nos traz oportunidades para refletirmos, sistematizarmos e testarmos conhecimentos teóricos e instrumentos discutidos durante o curso.
Segundo ROESCH (1999, p. 27), "o conhecimento é algo que se constrói e o aluno, ao levantar situações problemáticas nas organizações, propor sistemas (soluções), avaliar planos ou programas, bem como testar modelos e instrumentos, está também ajudando a construir conhecimento".
Além disso, a prática nos faz complementarmos e confrontarmos ensinamentos teóricos com a realidade, podendo confirmar pensamentos e hipóteses, quebrar paradigmas e reelaborar conhecimentos.
No nosso ver, a prática é uma forma que temos para experimentamos o aprendizado fora do ambiente acadêmico.
Sugestão de leitura:
ResponderExcluirEm 'Hoje eu sou Alice' - Nove personalidades, uma mente torturada; a autora Alice Jamieson relata sua jornada, vítima de transtorno de múltipla personalidade ela precisou lutar contra a anorexia, o álcool e contra nove personalidades alternativas que emergiram após ficarem adormecidas diante de uma infância cruel. Sem controle, Alice entregou-se a elas - e sua vida passou a ser um caleidoscópio de acontecimentos e revelações.
“Ao longo de toda a minha infância, sofri abuso sexual, físico e emocional, e não contei a ninguém. Este livro descreve como na infância desenvolvi “mecanismos” para lidar com o abuso e como agora, adulta, tenho lutado para levar uma vida normal em meio a períodos de psicose, crises nervosas, vício em drogas e automutilação. Não me desculparei pela linguagem chocante em alguns trechos e pelas verdades indigestas que precisam ser contadas.
O abuso infantil é algo inimaginável para os que não foram vítimas dele, ao passo que é o inferno para os que sofrem diariamente com o sentimento da vergonha e à noite são tomados pelo medo de que a porta seja aberta e que o homem – quase sempre é um homem – entre em seu quarto. Na “maioria das vezes, o abuso se dá em casa e geralmente envolve parentes próximos – pais, irmãos etc.”
Este é o relato sobre uma doença e sobre a história de uma mulher que decidiu lutar contra a realidade e a imaginação.