Os estágios
oferecidos no 6º período nos permitem ver na prática muito do que aprendemos com as teorias, em
sala de aula. É o caso da “Avaliação e
Estimulação Cognitiva”, um estágio oferecido na Clínica de Psicologia do São Gabriel. Este
visa o atendimento de crianças de 02 a 06 anos de idade.
O objetivo do
atendimento é avaliar as funções cognitivas principais, tais como memória,
linguagem e aprendizagem. Após a avaliação os estagiários planejam a
estimulação destas mesmas funções cognitivas e executam seu planejamento. A
avaliação e a estimulação cognitiva são realizadas através de jogos e
brincadeiras.
O desenvolvimento natural
da criança pode ser estimulado por meio da aprendizagem, e essa contribui para
o seu desenvolvimento global.
Segundo Papalia (2006) a
estimulação por meio de jogos e brincadeiras é de especial relevância, pois brincando as crianças estimulam os sentidos,
aprendem a usar os músculos, coordenam a visão com o movimento, adquirem
domínio sobre seus corpos e novas habilidades.
Os estímulos
cognitivos envolvem a aprendizagem, a atenção, a memória, a criatividade, a
curiosidade, a linguagem, os pensamentos, a observação, a leitura, o
raciocínio, entre outros fatores. A quantidade de estímulos deve respeitar o
crescimento, o desenvolvimento, a capacidade, o interesse e as possibilidades
da criança, usando como indicador sua faixa etária. (Papalia, 2006)
A criança é um
ser ativo, que merece respeito no seu tempo de crescimento e desenvolvimento.
Seu corpo é referência e ele evolui com a estimulação e a exploração dos
espaços internos e externos presentes em seu cotidiano. As atividades diárias,
as brincadeiras, as falas e as experiências vivenciadas também são momentos que
propiciaram a construção espontânea no aprendizado.
Cada criança
tem um momento próprio de aprender. O estímulo que a criança recebe nos
primeiros anos será determinante para o processo de aquisição de conhecimento
futuros. (Ferreiro, 2001).
Diante de tal
constatação percebemos a importância do
cuidado no desenvolvimento infantil. O cuidar envolve atenção, preocupação,
responsabilização e envolvimento.
As pessoas envolvidas no cotidiano da criança precisam demandar tempo,
bem como atenção e cuidado no que diz respeito ao desenvolvimento das mesmas, pois cada uma tem um momento próprio de
aprender e quando há falta de estímulos ou uma grande cobrança no momento da
alfabetização, isso pode causar uma demora no aprender, o que é muitas vezes confundido
com a dificuldade de aprendizagem.
O estágio
muitas vezes ultrapassa os limites e vai para além do que é proposto. É o caso das
crianças que apresentam sintomas de baixa auto-estima. Muitas vezes essa
demanda é implícita, cabendo aos estagiários, sob a orientação da supervisora do
estágio, trabalhar a questão da auto-estima na criança.
Quando a
auto-estima é boa, a criança é motivada a realizar. Entretanto, se a
auto-estima depende do êxito, as crianças podem considerar um fracasso ou uma
crítica como denúncia de seu valor e podem sentir-se impotentes para fazer melhor.
Em vez de tentarem resolver uma tarefa que não conseguiram de um modo
diferente, elas sentem vergonha e desistem, ou se voltam para uma atividade onde
esperam ser bem sucedidas. (Papalia, 2006).
Para evitar
essa impotência na criança, faz-se necessário que as pessoas envolvidas no seu
cotidiano dêem um retorno específico e focalizado, em vez de criticar a criança
como pessoa.
Nos atendimentos buscamos valorizar
as conquistas da criança tendo em vista
que, a principal fonte de auto-estima da criança é a concepção que as mesmas têm de sua competência produtiva.
A estimulação
cognitiva não favorece apenas as habilidades e concomitantemente a aprendizagem
da criança, ela favorece também uma melhora da auto-avaliação de uma criança.
PAPALIA,D.E.,OLDS, S.W., e FELDMAN,R.D. Desenvolvimento Humano. 8 ed.
Porto Alegre: Artemed,2006.
FERREIRO,E. Reflexões sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 1995.