segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Avaliação e Estimulação Cognitiva em Idade Pré- Escolar



Os estágios oferecidos no 6º período nos permitem ver na prática  muito do que aprendemos com as teorias, em sala de aula. É o caso da “Avaliação e  Estimulação Cognitiva”, um estágio oferecido  na Clínica de Psicologia do São Gabriel. Este visa o atendimento de crianças de 02 a 06 anos de idade.
O objetivo do atendimento é avaliar as funções cognitivas principais, tais como memória, linguagem e aprendizagem. Após a avaliação os estagiários planejam a estimulação destas mesmas funções cognitivas e executam seu planejamento. A avaliação e a estimulação cognitiva são realizadas através de jogos e brincadeiras.
O desenvolvimento natural da criança pode ser estimulado por meio da aprendizagem, e essa contribui para o seu desenvolvimento global.
Segundo Papalia (2006) a estimulação por meio de jogos e brincadeiras é de especial relevância, pois  brincando as crianças estimulam os sentidos, aprendem a usar os músculos, coordenam a visão com o movimento, adquirem domínio sobre seus corpos e novas habilidades.
Os estímulos cognitivos envolvem a aprendizagem, a atenção, a memória, a criatividade, a curiosidade, a linguagem, os pensamentos, a observação, a leitura, o raciocínio, entre outros fatores. A quantidade de estímulos deve respeitar o crescimento, o desenvolvimento, a capacidade, o interesse e as possibilidades da criança, usando como indicador sua faixa etária. (Papalia, 2006)
A criança é um ser ativo, que merece respeito no seu tempo de crescimento e desenvolvimento. Seu corpo é referência e ele evolui com a estimulação e a exploração dos espaços internos e externos presentes em seu cotidiano. As atividades diárias, as brincadeiras, as falas e as experiências vivenciadas também são momentos que propiciaram a construção espontânea no aprendizado.
Cada criança tem um momento próprio de aprender. O estímulo que a criança recebe nos primeiros anos será determinante para o processo de aquisição de conhecimento futuros. (Ferreiro, 2001).      
Diante de tal constatação  percebemos a importância do cuidado no desenvolvimento infantil. O cuidar envolve atenção, preocupação, responsabilização e envolvimento.
As pessoas envolvidas no  cotidiano da criança precisam demandar tempo, bem como atenção e cuidado no que diz respeito ao desenvolvimento das mesmas,  pois cada uma tem um momento próprio de aprender e quando há falta de estímulos ou uma grande cobrança no momento da alfabetização, isso pode causar uma demora no aprender, o que é muitas vezes confundido com a dificuldade de aprendizagem.
O estágio muitas vezes ultrapassa os limites e vai para além do que é proposto. É o caso das crianças que apresentam sintomas de baixa auto-estima. Muitas vezes essa demanda é implícita, cabendo aos estagiários, sob a orientação da supervisora do estágio, trabalhar a questão da auto-estima na criança.
Quando a auto-estima é boa, a criança é motivada a realizar. Entretanto, se a auto-estima depende do êxito, as crianças podem considerar um fracasso ou uma crítica como denúncia de seu valor e podem sentir-se impotentes para fazer melhor. Em vez de tentarem resolver uma tarefa que não conseguiram de um modo diferente, elas sentem vergonha e desistem, ou se voltam para uma atividade onde esperam ser bem sucedidas. (Papalia, 2006).
Para evitar essa impotência na criança, faz-se necessário que as pessoas envolvidas no seu cotidiano dêem um retorno específico e focalizado, em vez de criticar a criança como pessoa.
Nos atendimentos buscamos valorizar  as conquistas da criança tendo em vista que, a principal fonte de auto-estima da criança é a concepção que as mesmas  têm de sua competência produtiva.
A estimulação cognitiva não favorece apenas as habilidades e concomitantemente a aprendizagem da criança, ela favorece também uma melhora da auto-avaliação de uma criança.


  PAPALIA,D.E.,OLDS, S.W., e FELDMAN,R.D. Desenvolvimento  Humano.  8 ed. Porto Alegre: Artemed,2006.

FERREIRO,E. Reflexões sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 1995.


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