Mostrando postagens com marcador os Ermitões. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador os Ermitões. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Gestão e Cuidado: Forma e Conteúdo

O pensador, de Rodin


Até então havia uma dificuldade em estabelecer qual era relação entre Gestão e Cuidado. O que se pensava era superficial, mediano, simplório demais que se fizesse perceber a necessidade de dedicar uma disciplina a estes termos e sua conceituação. Os textos eram um tanto complexos, e a tal complexidade não articulava-se as ênfases propostas pela graduação de Psicologia. Mesmo correndo o risco de de traçar uma ariticulação simplista ou superficial. Vamos tentar assim: Vendo um copo d'água, pensei na Gestão e no Cuidado ( insight?!). O copo sendo a Gestão e a água sendo o Cuidado, ou melhor, Gestão é a Forma e o Cuidado o Conteúdo. Em artes forma e conteúdo são motivos de fortes embates. Tema este tratado por Alváro Cunhal em seu livro A Arte, o Artista e a Sociedade,
Na criação artística e na obra de arte, têm de se considerar dois elementos ou aspectos essenciais, em geral mal compreendidos, muitas vezes postos em confronto. Um são os processos formais específicos, independentemente de qualquer intenção do artista de que na sua obra haja ou não haja qualquer outra coisa além dos processos formais. É a “forma” (…). Outro é aquilo que se tem chamado “conteúdo”, compreendido, não com um estreito e sectário significado político, mas como as significações sociais da obra, a mensagem que transmite, a reacção e os sentimentos que provoca nos outros seres humanos e na sociedade em que se integra (Cunhal, 1997, p.29)
Alguns querem privilegiar a forma, dizendo que esta tem a liderança, ela quem manda, ela chamará a atenção para o conteúdo. É o estilo (forma) da escultura que chamará a atenção dos expectadores. É a harmonia das cores da pintura que irá atrair o olhar das pessoas. Sem a forma, a idéia (conteúdo) não significará nada. Sem a forma o conteúdo, mesmo que exista, será invisível ao olhos dos outros, ou ainda, a "má" forma irá subverter toda a idéia de seu conteúdo.  
A forma na arte é um valor do belo, contém um valor estético em si mesma. Na pintura a cor, o traço, a composição, a harmonia, os contrastes. Na escultura os volumes e o seu interrelacionamento. Na música o som nos desenvolvimentos que o caracterizam como som musical. Na literatura a palavra, a linguagem e a sua riqueza intrínseca. Na arquitectura as linhas fundamentais marcando a estrutura da construção» (Cunhal, 1997, p.81).
Posso, então, pensar a Gestão (em psi) como forma que irá estruturar as práticas na instituição, delimitando aquilo que necessite de ordem e planejamento para ser executado. Será maneira pela qual serão traçados caminhos para se chegar aos objetivos desejados pela coletividade. Assim, se me proponho a realizar uma oficina cultural no centro comunitário do meu bairro, devo ter em mente alguns pontos como: estrutura física; espaço suficiente para produção; material a ser utilizado; horários em que poderei trabalhar e receber os interessados; idade dos participantes; adolescentes, adultos ou crianças; entre várias outras coisas, ou seja, devo levar em consideração os processos organizacionais para construir a 'Oficina'.

Outros ainda dirão que o conteúdo é o mais importante do que a forma. Alegando que a forma é efêmera, com importância segundária ou até dispensável. O conteúdo é a essência da arte, sua idéia, o sentimento que deseja se transmitir, a beleza real da obra. Assim dirão que em Van Gogh o importante não é o seu estudo sobre as perspectivas na ilustração de seu quarto, mas o sentimento impresso no seu traçado, a sua intimidade desvelada nos detalhes mínimos de seu leito. Sobre o conteúdo diz Borges:
Quando o artista produz uma obra de arte, coloca nela a sua visão do mundo, sua maneira de pensar e de sentir. Esta maneira de ver as coisas, a espiritualidade do artista (não somente no sentido religioso, mas espiritualidade como a consciência do artista de sua época, de sua vida, de seus valores morais e religiosos) é que constitui o conteúdo da obra de arte. Isto não significa que a obra de arte necessariamente represente a figura do artista, mas sim que a figura do artista está presente no conteúdo (Borges, 200X)
Então, sobre a relação entre conteúdo e Cuidado, poderia voltar ao exemplo da oficina cultural no meu bairro, e pensar além dos aspectos estruturais e organizacionais o seguinte: qual é a idéia central da oficina? Esta idéia se relaciona com a realidade daqueles que participarão da oficina? Como interagir com os participantes para desenvolvermos juntos a proposta? Poderemos criar juntos de maneira que eu não seja apenas alguém que ensina, mas alguém que traz uma idéia e conseguentemente desperte interesses? Compreendo os processo de formação de grupos? Como se dão os processos de formação da subjetividade e as relações intersubjetivas do grupo? Quais fatores sócio-econômicos intereferem na relação dos sujeitos? Serei flexível para entender a demanda? Como poderei relacionar a minha proposta com a demanda que é do grupo? Estes são alguns dos questionamentos que devo fazer levando em consideração a minha interação e do indivíduo com quem pretendo construir. Assim é cuidar do outro

A Gestão será forma pela qual se estruturarão os conteúdos voltados para as práticas de Cuidado. Podendo haver tentativas de se enfatizar uma idéia sobre a outra, mas correndo o risco de se desenvolver algo defasado, medíocre, imcompleto e por conta ineficiente. Se ao elaborar a oficina previlegie aspectos de ordem gerencial e organizacional, talvez acabe por não concluir ou emergir a minha proposta, tornando sua essência inútil ou mero entretenimento, do mesmo jeito, ao priveligiar o Cuidado em detrimento a Gestão, dificulte as minhas práticas e modos de aproximação do sujeito que irá contruir comigo a oficina.

Forma e Conteúdo são indissociáveis na criação artística, quando me proponho esculpir uma estátua precisarei de argila, barro, mármore, para expressar o conteúdo da minha idéia. Se tenho em mente criar um Oficina Cultural no meu bairro, não posso deixar de lado os processos de Gestão, que serão a base para as práticas de Cuidado. E, como já foi dito inúmeras vezes, Gestão e Cuidado se entrelaçam tal como Forma e Conteúdo nos processos de Criação. O sujeito será afetado e também afetará todo o processo no qual está envolvido. Do mesmo jeito que a obra de arte é gerada e gera afetos em seu criador.
 
Quarto em Arles, Van Gogh
 
Com auxílio de:

BORGES, Gilberto André. Conteúdo e Estilo. Disponível em < http://www.musicaeeducacao.mus.br/artigos/gilbertoborgesconteudoeestilonaobradearte.pdf> Acesso em 03 de nov.2010


CUNHAL, Alváro. A Arte, o Artista e a Sociedade. Ed. Caminho. Lisboa, 1997

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

os Ermitões e a Psicologia ( percurso formativo)

da  Viviane Alcantara,
              
                              Quando criança eu queria ser...nada! Queria era brincar na rua e jogar bola... responsabilidade era tomar banho, comer tudo e escovar os dentes e futuro era tão real quanto o Saci Pererê, a gente sempre ouve falar mas nunca vê!
                               Mas passa o tempo e o tempo passa...eis que me encontro no "pré-primário", meu melhor ano escolar. Isso mesmo, o Melhor ! Porque nele aprendi a gostar de ler, que é o mais importante. Ler por si só é "defasado", gostar da coisa (leitura) mesmo que o que tenha que ser lido seja um saco, ainda sim, é um exercício divertido. Gostava de ler, dos amigos, das brincadeiras com tinta e argila.
                               Das aulas não gostava muito. Era dispersa, ansiosa, agitada, impaciente e me mantinha atenta aos monólogos dos professores apenas nos primeiros minutos. Pra algumas aulas na faculdades eu continuo assim. Contudo, como já disse, adoro ler. Então, me viro bem, na maioria das vezes, sendo auto-didata. E mais, como disse uma das professoras da facu, quando questionou a minha distração e viu que isso não influênciava nada a "construção do meu saber", apenas complementou "...se você consegue assim, não há problema algum, os professores são em alguns casos dispensáveis...". Lembrando ( falo por mim )que até os dispensáveis acabam se tornando fundamentais...
                                O ensino médio foi o pior. Ou seria eu no meu pior desempenho? Entendam "pior" com  ênfase. Aqui eu pulo, porque esse foi um momento nebuloso da minha vida escolar e já está gravado no meu histórico. ( escola pública, aluna distraída e desinteressada...não há santo que dê jeito!)
                               Passei sem méritos o ensino médio e prestei vestibular para Terapia Ocupacional na UFMG, passei na primeira etapa, e desisti da segunda. Por que Terapia Ocupacional? chutei no último momento da inscrição. Por que desisti? A universidade é pública e os gastos seriam particulares. Na verdade, também me acovardei. E pronto! E no mais não me identificava com nenhum curso específico e pensei se queria mesmo fazer uma faculdade ( o que as vezes penso, mas só as vezes...)
                              E passa o tempo e o tempo passa... casei, tive a primeira filha e fiquei um bom tempo sem estudar. Voltei, estudei, fiz ENEM, tirei ótima nota e ganhei uma bolsa. E... não sabia o que fazer, podendo escolher o que eu quisesse com a nota que tinha tirado, das humanas as exatas. Pensei em Fonoaudiologia, não dava porque na PUC o curso é a tarde ( tinha que trabalhar pra pagar meu material, ué!); Arquitetura, também era à tarde. Assim, não sendo me dado mais tempo para escolher, pulei na barca do Jornalismo, pois já disse, eu gosto muito de ler e por conta, também de escrever. O curso é uma delícia, divertido, cativante, porém estava faltando alguma coisa e pedi transferência... mas para onde meu Deus?! Fiz uma lista. Sociologia, História, Economia, Biologia, e em último caso Psicologia. Em resumo no último dia pra inscrição, abri as grades curriculares e por eliminação e por critérios que não recordo, me joguei de cabeça na Psicologia.
                               A psicologia é um curso interessante ( cabendo aqui variedade ampla de adjetivos e qualificações). Muuuuita informação, muita teoria, muita coisa que eu compreendo e não entendo, outras que entendo e não compreendo, e outras tantas que nem entendo, nem compreendo, mas que gostaria muito esclarescer...
                              As vezes da uma vontade de sair correndo e fazer outra coisa. Pensei um tempo que Economia seria mais coerente (Pô, a gente vive num sistema capitalista!). Mas já que aqui estamos vamos aproveitar a viagem.
                              Pensando, pensando, pensei: não me identifico e nem amo a Psicologia, como descobri que não me identificaria e nem amaria nenhum outro curso. Meu entedimento seguia uma ordem contrária. A psicologia é uma "coisa". Ela não respira, não come, não anda, não ama, não chora, não ri...não sente e nem vibra. É objeto dos mais abstratos. Objeto por objeto é passível e manipulável. É maneira, é forma, é ótica, teoria é pedaço da prática. Não posso amar os objetos, simpatizo e posso até gostar porque sou materialista como qualquer outra criatura que vive atravessada pelo capitalismo. Os objetos são tão úteis quanto inúteis. Tão imprecindíveis, quanto dispensáveis. Com as pessoas é bem diferente e bem mais complicado. E o amor, em dada medida, pede certa submissão e tolerância para com o ser amado. Submeter-se ou tolerar os objetos traz consigo um perigo iminente de valorizar em demasia os objetos em relação as pessoas
                               Hipóteses e especulações a parte, fico com o Veríssimo (O Luiz), que disse em relação a gramática na sua crônica O gigolô das palavras "Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa ! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda."                              Entendo que a Psicologia assim como a gramática é um saber sobre o humano e a sociedade e por isso, também, deve ser submetida a nosso favor e não ao contrário. Nós precisamos estar cientes de quem é que manda!
                              Esta aí a mais importante das descobertas que fiz na Psicologia durante o meu percurso!

__________________________________________________________________________________

do Rafael Salles

                              Iniciei meu segundo grau em uma escola técnica de informática, mas, logo percebi que não iria muito longe e completamente desmotivado fui reprovado pela primeira vez em minha vida. Passei para uma escola convencional e me formei no segundo grau sem mais reprovações.
                               Me lembro que a primeira profissão que me chamou a atenção era a de taxista, mas, eu era muito pequeno e desisti da idéia rapidamente. Quando com cerca de 12 anos, gostaria de ser odontologista, acho que porque na época eu usava aparelho e freqüentava muito consultório e me identifiquei com a profissional que tratava do meu caso. Contudo, perto de prestar o vestibular a Psicologia me chamou a atenção, também por me identificar com algumas pessoas que eu gostava, também pela possibilidade de ser um profissional liberal. Nunca nem prestei vestibular para outra profissão, e hoje na faculdade percebo que a Psicologia é muito mais ampla do que eu imaginava.        
                              Confesso que me faltou buscar mais informações antes de ingressar no curso, talvez por isso eu tenha passado por uma crise na etapa do quarto período que quase me levou a desistir do curso e mudar de área. O motivo era por uma hipótese de mudar para um curso cujo mercado fosse mais favorável visto que amigos de outras áreas conseguiam colocação no mercado mais tranquilamente. Coincidentemente precisei trancar o curso naquele ano e fiquei o ano seguinte longe da faculdade por motivos financeiros. Ainda por esse motivo pedi transferência de universidade pela possibilidade de fazer menos disciplinas do a que a instituição em que eu estava permitia. A princípio me arrependi, pois, gostava da antiga faculdade e pelo fato de ter atrapalhado toda minha grade. Mas, satisfeito com a nova faculdade dei continuidade ao curso. Depois de três anos como aluno irregular pedi nova transferência, agora apenas de unidade, pois, o curso onde eu estudava estava sendo transferido para o turno da noite. Este é meu primeiro semestre nesta unidade e agora, com mais conhecimento sobre Psicologia tenho certeza de que estou no caminho certo independente das dificildades.
___________________________________________________________________________________

do Fábio Rodrigues

                               Quando criança nunca pensei em ser nada... tá vai, pensei em ser jogador de futebol, quem nunca sonhou em ser?! Esse sonho, por sorte, ficou para trás logo nós primeiros contatos com o objeto redondo. Péssimo aluno e pouco "popular" desde o pré escolar, penso que a escola passou por mim e não eu por ela, todavia penso também que toda vivência trás aprendizagem sendo ela formal ou não, aceita ou não. Nesse ponto creio que até o fato de não ter me enquadrado aos métodos cristalizados e consequentemente desestimulantes dos estabelecimentos de ensino em que passei ou melhor, que passaram por mim quando criança, já trazem elementos importantes para minha constituição enquanto sujeito.
                               Recém formado graças ao sistema plural (diga-se de passagem), resolvi continuar estudando a princípio mais pela posição social que um graduado detém diante da sociedade do que por qualquer outra explicação cabível. Por que PUC?! Por que Psicologia?! Simples, uma tentativa bem sucedida de estudar perto de casa e fugir ao máximo dos cursos de exatas.
                              Não quero dizer que eu não gosto do curso, de forma alguma, só não sou hipócrita e nem "tapado" o bastante a ponto de achar que nasci pra ser psicólogo, penso que fui levado a condição atual através das relações e vivências até do momento.
                              Depois dessa explicação breve das escolhas e tal, vou falar do meu ingresso na instituição PUC. Após o vestibular que fiz sem pretenção alguma, recebi a notícia que havia passado, se bem pra falar a verdade acho que essa notícia chegou para todos que concorriam a vaga, mas enfim, era o começo da minha vida acadêmica.
                              No começo rolou um choque natural na transição entre ensino médio e ensino superior, agora as coisas não se apresentam tão mastigadas como antes e a autonomia torna-se palavra chave para o bom rendimento nos estudos. Passando as dificuldade de se familiarizar com o ritmo acadêmico nos primeiros dias, a universidade se transforma em algo central nas nossas vidas, preenchendo um momento de liberdade, conhecimento e lazer do nosso dia a dia.
___________________________________________________________________________________

dos Anjos ( Diego)
 
                            Começarei pela fase escolar que tive antes da faculdade, ela foi divertida, irritante, houve aprendizado, rebeldia, vadiagem, compromisso, irresponsabilidade, responsabilidade, calma, violência, vícios e construção... Resumindo foi uma fase bem agitada eu diria. O fator que influenciou para a escolha da Psicologia foram as maneiras de se comportar do ser humano, como e o porquê nós seres humanos agimos de determinada maneira em situações ou ocasiões diversas.
                            Em janeiro de 2008 estava no meu quarto curtindo a vadiagem de se estar em casa no melhor estilo, que é deitado na cama curtindo um Rock in Roll. Até hoje me lembro do que tocava no velho rádio, tocava nada mais nada menos que Black Sabbath, a música era N.I.B que tem em sua essência satânica as mais belas melodias. Quando os sinos suaram minha mãe me chamou e disse “suas férias acabaram, é hora de voltar a estudar”, nesse momento senti em meu corpo uma sensação que comparo a de um orgasmo.
                            Na PUC me senti muito satisfeito, essa satisfação foi aumentando a medida que eu avançava no curso, pois me deparei com diversas questões a se pensar e construir um conhecimento supremo em vista do que antes eu tinha. Nesse caminho de aprendizado eu reciclei vários conceitos, passei por disciplinas excitantes e confesso que algumas eram e são angustiantes.
                             Nesse percurso tive e ainda tenho alguns pensamentos que rodeiam a minha escolha pela Psicologia, mas ainda não acabou, pois terei disciplinas e digamos professores bem “loucos” pela frente, para questionar e ser questionado. (rarrarararra)
__________________________________________________________________________________

do Diego Leal

                              Quando criança, quis ser advogado, engenheiro e jogador de futebol. Em minha trajetória escolar, sempre fui péssimo em matérias da área de exatas e, talvez, esse tenha sido um fator que me fez desistir da engenharia.
                                No Ensino Médio, confesso, não era o melhor aluno e também não estava perto de chegar a essa posição. Naquela época, quando chegou a hora de me decidir sobre o meu futuro profissional, tive dúvidas, assim como grande parte dos vestibulandos. Fisioterapia? Comunicação? Ou Psicologia? Com toda essa dúvida eliminei a Fisioterapia, pois tinha muita preguiça da Biologia, mas e agora? Comunicação ou Psicologia? Gostava - e gosto - muito de ambas as áreas. Porém, o sonho da minha mãe em ser psicóloga de certa forma influenciou em minha escolha.
                                Em 2007, bem próximo da conclusão do Ensino Médio, recebo a notícia de minha irmã: “Parabéns! Você passou no vestibular!”. Fiquei eufórico, mas essa euforia virou preocupação, pois meu sonho e de minha família estava ameaçado. Dinheiro em minha casa sempre esteve em extinção, o que poderia inviabilizar minha entrada na universidade.
                                Em 2008, chego à PUC - São Gabriel onde conheço várias pessoas que um dia viriam a ser meus amigos, uma menina que viria a ser minha namorada e várias outras pessoas que não fazem nenhuma diferença na minha vida. No mesmo ano, a dúvida bate à porta novamente e a vontade de fazer Comunicação persiste. Mas em profunda reflexão, percebo que o que eu quero é fazer Psicologia e a Comunicação também, mas em segundo plano.
                                Confesso que muitas pessoas não acreditavam e/ou acreditam em mim, mas estou firme na minha escola e, modéstia à parte, fazendo um ótimo percurso na Psicologia. Em todos esses anos, várias pessoas fizeram parte dessa história, parte da família, amigos, cachorro, Bim... Entre os professores, não tenho do que reclamar, quase todos os tipos de mestres passaram em minha vida: inteligentes, gente boa, sacanas, o que não sabe dar aula, os ausentes, falcatruas etc...
                                Este texto fala um pouco da minha trajetória até agora e sobre aqueles que não acreditavam em mim... Estou chegando! Abraços, garotos e garotas!
__________________________________________________________________________________

dos Ermitões...

domingo, 17 de outubro de 2010

Ahhhh... Sei lá!


Segundo Schittine (2004) ¹ são características de um blog “o texto curto, rápido e a linguagem informal e na maioria das vezes de uma forma analítica e crítica”. Isso resume de forma clara a ideia que tentamos trazer. Será que textos informais ou de linguagem simples (para os íntimos) não fazem parte da construção de conhecimento? São barrados no mundo acadêmico? Uma coisa eu tenho certeza: a área da comunicação não concordaria com isso. 

A internet é um território de construção democrática e coletiva de conhecimento e aprendizagem. Um espaço para debate público, onde todos têm voz. E para dar voz às opiniões, é necessário respeitar a posição do outro. Claro que ninguém é obrigado concordar com o colega, mas se houver desacordos, que sejam rebatidos com expertise.

Enfim, talvez devêssemos ter um pouco de cuidado com certos comentários que podem soar jocosos e indelicados. Indelicadeza essa, muitas vezes, causada pela falta de informação.


¹ SCHITTINE, Denise. Blog: Comunicação e escrita íntima na internet. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Que confusioooooon

        Começo com a clássica frase “Aaaahhhhh sei lá”, de um conhecido nosso, que representa a vasta falta de conhecimento. Que gestão? que cuidado? Gestão de pessoas? Gestão com pessoas? Gestão de que? Cuidado com quem você anda? Cuidado se não você dança? Cuidado com o cuidado?
         P*&5@ que p@*iu!!! Que confusão gestão e cuidado igual à ênfase?! Pelo que entendi essa é a ousada proposta da coordenação de formar uma matéria com o intuito de facilitar para nós alunos a escolha de UM caminho a seguir e compreender com se estrutura nosso novíssimo currículo, mas... se até hoje não captamos a proposta que vem sendo exposta por nossas duas professoras – (aah que história é essa duas professoras?!) P*¨&$, além de ter que saber para onde migrar no futuro, nós ainda somos cobaias de duas professoras com pensamentos, idéias, modos de agir, ser e pensar diferentes. P*&5@ que p@*iu de novo!!! Como dizia o grande Raul. Se com um professor já é difícil de compreender, com dois é mais difícil ainda, ou seja, difícil ao quadrado. Metodologias,  maneiras de lecionar e discutir diferentes. To achando essa m*¨%$ bem subjetiva e vai acabar ficando intersubjetiva. (Acho que a idéia deve ser esta, né!)
          Os materiais que andamos recebendo não compreendo bulhufas, muito menos c@r#lh6s. é como se fosse uma ttransa mal dada ou mal feita depois que você termina fica aquele clima de que faltou algo, você fica pensando era melhor não ter fudido, e você fica querendo tirar mais uma foda pra tentar tirar a má impressão. Os textos estão parecendo com isso você lê lê e lê e fica aquele clima chato que de que ta faltando algo, então você tenta tirar a má impressão com o texto mas é aí que a conversa desanda, pois você percebe que se antes tava ruim agora ta pior. A diferença dos textos e da foda mal feita é que a foda você pode melhorar na próxima, já o texto parece que só piora.
           A saída, alternativa, escolha, opção, revés, vicissitude, extração e escapula seja GERIR as aulas e aos sábios ensinamentos das DUAS professoras tomando um ENORME CUIDADO para não dançarmos, e falando em dança eu não sei dançar confesso, portando tomarei CUIDADO com toda essa m*rd@.



OBS: Alguns verbetes foram censurados para que não ofendam ou causem qualquer constrangimento a turma. Mas também não nos privamos de manter o mínimo da nossa Liberdade de Expressão. No mais a idéia central foi preservada. Isso é o que importa! Lembrando que nosso texto sobre a noção de Gestão e Cuidado está no forno...inté!

dos Ermitões

In: Momento desabafo, ufa!

Loucura como construção social

Estava reparando de um tempo pra cá a questão da loucura. Reparei que ela (se é que ela existe) é nada mais que parte de uma significação que nós mesmos atribuímos a ela, ou seja, ninguém é louco objetivamente e sim interpretado como tal (culturalmente). Fenomenologia social? Viagem da minha parte? Não sei ao certo, mas penso que a questão da loucura merece atenção menos pragmática ou menos digamos psicologizada e conseqüentemente reducionista. E não para por aí o nosso potencial medíocre de simbolizar as coisas. Pense então na questão da loucura em uma perspectiva racial ou por classe social. Pra exemplificar pegaremos o senhor Joaquin, saudoso Joaquin, morador do bairro tupi, que no auge dos seus 23 anos é conhecido como maluco beleza, apelido cunhado pela comunidade pelo simples fato dele não se enquadrar nos padrões da sociedade. Joaquin talvez gostasse de ser chamado de excêntrico, ou talvez não, talvez ele nem saiba o significado dessa palavra. "Humm excêntrico?". É incrível como conseguimos dar sentido a uma palavra e como ela pode ser mais aceita que outras, basta ter saído de um contexto favorável. Temos excêntricos na TV e loucos nas ruas. . .

dos Ermitões

In: Momento reflexão

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A psicoterapia não é dos psicólogos...ixi, e agora?!



Historicamente enquanto ciência a Psicologia vem se desenvolvendo desde 1875, quando Wundt criou o primeiro laboratório de psicofisiologia, em Leipzig na Alemanha. A partir de então a Psicologia e fortemente marcada pelo fortalecimento do seu vínculo com os princípios e métodos científicos. (BOCK, FURTADO E TEIXEIRA, 2001). A Psicologia passa na atualidade por problemas nos seus mais diversos aspectos, sejam eles no âmbito técnico, prático ou teórico que interferem na demarcação de seu campo de atuação e em sua legitimação enquanto ciência. Vê-se no decorrer da sua história que alcançar o reconhecimento científico havia se posto como foco central de suas discussões, debates e de todo a sua problemática.

Contudo, diferente das ciências “exatas” ou ciências da natureza, a Psicologia tem deixado para um segundo plano o ideal de estabelecer um aporte teórico que responda por toda demanda apresentada ao campo “psi” e faça cumprir o papel das demais teorias buscando uma coerência científica de cunho unilateral (NEUBERN, 2008) Este fato se deve, pelo menos em parte, ás transformações ocorridas nos paradigmas científicos da era contemporânea. A ciência tem reconhecido a inexistência de uma verdade absoluta, entendendo que o conhecimento é constituído e dependente de diversos fatores e do seu caráter de imprevisibilidade. As teorias não são mais vistas como espelhos da realidade, mas sim como um conjunto de referências que possibilitam o diálogo com a realidade sem apresentar respostas e soluções finais a tudo. Visto que a complexidade e as transformações nas relações humanas e seus processos de subjetivação e intersubjetividade tem demandado análises que possam ser realizadas dentro de determinados recortes, considerando o sujeito, suas experiências, sua localização, seu tempo, sua condição socioeconômica.

Perpassando a discussão de cientificidade, outros dilemas têm-se colocado em debate. Dentre eles podemos citar a abertura das práticas da psicoterapia a outros campos de saber que não o campo “psi”.

 A psicoterapia não se constitui enquanto prática exclusiva somente dos profissionais de psicologia. No ano de 2009 a psicoterapia foi tema central  proposto pelo CRP de São Paulo para discussão nos seus mais diversos aspectos. Entre os pontos discutidos colocados em pauta pelo conselho, tem-se de forma breve o histórico da psicoterapia como uma prática oriunda da junção de vários saberes, em especial da medicina, que foi sendo apropriada pela Psicologia ao longo do tempo devido a sua consonância com a proposta de atuação da área “psi”.

Em realidade, há posicionamentos contrários no que diz respeito à abertura ou pedido de exclusividade para a práxis da psicoterapia a outros campos de saber que não seja o psicológico. Alguns autores apontarão a pertinência de tal abertura em dois sentidos. O primeiro, é que a própria construção da psicoterapia se deu em torno de vertentes multidisciplinares como a biologia, a neurociência, antropologia, a medicina, comunicação, sociologia, entre outros. Então, seria incoerente a solicitação de exclusividade apenas para um campo, no caso a Psicologia, de algo que foi/é gerado na interdisciplinaridade. O segundo argumento apresentado, indaga que o fechamento pode fazer com que as teorias de embasamento da psicoterapia se tornem por demais engessadas, estáticas. Dessa forma seu desenvolvimento se tornaria lento, pois considerações/contribuições de outras áreas ao conhecimento da psicoterapia seriam ignorados tornando a prática defasada. De acordo com esta ótica, a possibilidade de abertura das psicoterapias a outros campos de saber é considerada essencial no seu processo de construção e compreensão das demandas/problemas que lhe são apresentadas.

Por outro lado, há os grupos que reivindicam a exclusividade alegando que o direito a utilização das práticas psicoterápicas seja apenas dos profissionais de Psicologia, já que estes têm a formação adequada para tanto. Estes, afirmam que os alunos de graduação do curso de Psicologia têm na sua grade curricular a possibilidade de fazer estágio de atuação na clínica, fato que não é real em outras graduações. Assim entendem que a prática orientada possibilita uma compreensão melhor e mais apurada do que a mera absorção da teoria em sala de aula.

Neubern (2009) propõe que o foco do debate seja desviado dos pontos que discutam a abertura ou a exclusividade da psicoterapia a outros campos, relatando que esse movimento se dá apenas por questões mercadológicas (áreas de trabalho, capitalismo, empregos, status social, etc) e a principal crítica que deve ser feita é em relação a qualidade das práticas psicoterápicas utilizadas, quanto a sua eficácia, seus benefícios, a construção do seu alicerce e como ela pode auxiliar a população no enfrentamento dos sofrimentos gerados numa sociedade que carece da falta de vínculos afetivos, das exigências de performance e das necessidades de trabalho no mercado capitalista.

De maneira geral, os debates/seminários propostos pelos conselhos não tem por intenção buscar uma resposta que se firme de forma ortodoxa de um lado ou de outro da questão, mas de fazer com que os profissionais envolvidos com problema apresentado, sejam eles psicólogos ou não, possam se reunir e apontar suas dúvidas, colocar seus posicionamentos, trocar experiências e refletir sobre a transformação e construção da Psicoterapia.
Dos Ermitões

Com auxílio de:

BOCK, Ana Mercês Bahia. FURTADO, Odair. TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: Uma Introdução aos estudos de Psicologia. Ed Saraiva. São Paulo, 2002

MOREIRA, Ana Cleide Guedes. Psicoterapia: por uma Estratégia de Integralidade. In: 2009 Ano da Psicoterapia. CRP São Paulo. Disponível em < http://www.crpsp.org.br/psicoterapia/ >.Acesso em 09 set.2010

NEUBERN, Maurício S. Quem é o Dono da Psicoterapia? Reflexões sobre a Complexidade, a Psicologia e a Interdisciplinaridade. In: 2009 Ano da Psicoterapia. CRP São Paulo. Disponível em <
http://www.crpsp.org.br/psicoterapia > Acesso em 09 set.2010

RODRIGUES, Henrique J. Leal F. Por uma política de parcerias estratégicas interprofissionais para o campo das psicoterapias no Brasil. In: 2009 Ano da Psicoterapia. CRP São Paulo. Disponível em
<http://www.crpsp.org.br/psicoterapiaAcesso em 09 set.2010.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ah, essa tal Psicologia...

              Como se encontra a psicologia, o mercado de trabalho e como, enquanto estudantes, temos nos posicionado sobre os processos de transformação e desenvolvimento do saber psi? Muitas perguntas, questionamentos complexos, mas necessários para sabermos o que queremos da psicologia e como temos construído nossa relação. Sim! Nós temos uma relação com a Psicologia. Relação de amor e ódio, de incompreensões, de impaciência, de vários DR’s, de voltas e revoltas, de momentos de paixão e amizade e também de vontade de botar um fim em tudo e partir pra outra. Mas estamos com ela e queremos, até que alguém diga o contrário, manter a nossa relação. E apesar de ser um consenso entre nós não termos entrado nesta relação por amor (isso a gente explica em outro post), queremos melhorar nosso vínculo afetivo e estamos dispostos a compreendê-la.
              E o primeiro passo é saber a quantas anda nossa companheira. Já percebemos que ela passa por um momento difícil. Percebemos que a Psicologia tem passado por um desequilíbrio em seus processos de legitimação e identidade.
             Com um pouco de receio, característico desta fase na qual nos encontramos (6º período, meio caminho andado para diploma, formação é outra coisa, ué!), com muitas dúvidas e poucas certezas, temos vistos debates, não muito intensos, sobre a legitimação da psicologia, formação da sua identidade, seu posicionamento na sociedade, etc... Assim, lendo, estudando, trabalhando, chamou-nos a atenção alguns textos que clareavam nossos horizontes, sobre os problemas enfrentados pela psicologia na atualidade. Aí também instalou-se em nós uma preocupação, pois compreendemos a problemática, mas não vemos o assunto em pauta entre os estudantes de psicologia.
              A psicologia passa na atualidade por uma crise e dificuldades na solução deste problema são claros. Drawin pontua tal crise em três aspectos: o primeiro a nível técnico, pois a psicologia é fortemente associada a uma demanda de aplicação de teste e seu crescimento se deu pela necessidade de provar sua cientificidade. Prova disto é que a aplicação de testes é primeira das três atividades mais exercidas pelos psicólogos (nesse caso, não psicólogos também!). O segundo está circunscrito a nível teórico, onde o campo psi sofre um a pressão da academia e da sociedade para atingir uma uniformidade teórica de cunho unilateral (ops, por nós o respeito pelo saber do outro já está de bom tamanho!). E por último a nível prático, ( entenda-se prático por práxis, como já dizia Marx, como agir social em sua dimensão ética e política. Bonito isso, hein!!!). Neste nível se encontra raiz da crise e especificamente na ética profissional. Mas a visão social que está mais atrelada à profissão do psicólogo é um modelo de atuação médico atuando em consultórios, clínicas de atendimento particular . Alguns estudiosos enfatizam que a psicologia deveria ser mais que uma atividade de luxo e por sua natureza eminentemente social não poderia ser reduzida a uma técnica para solucionar os problemas dos privilegiados, e outros concluem indagando que a psicologia está longe de ser abrangente a ponto de ser definida pela sua utilidade e contribuição a sociedade e questiona a adequação a realidade social e também no que concerne a contribuição para a resolução dos problemas sociais do HOMEM BRASILEIRO.
              Temos até aqui questões que atravessam nossa vida e formação enquanto sujeitos que buscam transformar sua realidade e se identificar com sua profissão. Contudo, mais do que esse processo identificação, desejamos integrar e contribuir com um saber que está em construção. Desejamos participar e realizar nosso potencial. Queremos trazer em pauta os problemas e as possibilidades de solução e melhorias. Não queremos apenas reproduzir o que nos é passado na academia (desse jeito a gente fica mal acostumado!), queremos interagir, criticar, transformar e criar novos saberes e conhecimentos que estejam pautados na nossa realidade, na busca do bem estar social. E nós já entendemos que não é tarefa fácil. Sabemos que pontuar os problemas é muito mais simples que elaborar soluções. No entanto, é por aí que começamos... E no mais, o que queremos é fazer com que esse relacionamento, apesar das dificuldades inerentes ( e booota dificuldade nisso!), possa seguir em frente. . .

dos Ermitões

Com auxilio de:

DRAWIN, Carlos Roberto. Ética e Psicologia: por uma demarcação filosófica. Psicol. cienc. prof. [online]. 1985, vol.5, n.2, pp.