quarta-feira, 22 de setembro de 2010

“Antes de cuidar do outro... cuide primeiro de gerir a si próprio...”

Hoje na aula da disciplina Gestão e cuidado no dia 22/09/2010, realizamos uma conversa na sala a respeito de nossa noção em torno de “Gestão e Cuidado”.

*Gestão = segundo o senso comum de nosso grupo define-se como: organizar, preparar, trabalhar.
*Cuidado = segundo o senso comum de nosso grupo define-se como: dar assistência, auxíliar, ajudar, preocupar-se, dispor-se



Discutimos que temos de pensar além da gestão e além do cuidado. Ambas se entrelaçam de forma que um não existe sem o outro, como se fossem complementares. Em relação a ÊNFASE podemos pensar em GESTÃO enquanto INSTITUIÇÃO, ou seja,  organização, gerenciamento. Já o CUIDADO, pode ser pensado enquanto SAÚDE; no sentido de saber conhecer “o outro”, preocupar-se com “o outro”.

Contudo nota-se que há uma inter relação com GESTÃO E CUIDADO; assim como não podemos organizar o tempo sem pensar em nós, precisamos saber GERIR A SI PRÓPRIO. Pensar em gerir um trabalho, profissão etc, além de saber também do cuidado na atuação com ÉTICA, pensando no sujeito em sua integridade como um ser “BIOPSICOSSOCIAL”, envolvendo então um trabalho/ atuação em sua multidisciplinaridade, que se dá no processo e subjetivação.

Segundo o autor João Leite, professor do turno da noite de Gestão e Cuidado, no texto Ênfases transversais em gestão e cuidado; aponta a questão que reafirma a multidisciplinaridade e sua importância. “... A formação generalista deve propiciar, ao graduado, condições e competências para atuar em diferentes campos e contextos, e capacidade de gerir sua formação continuada, a partir de suas experiências de atuação”. Com esse contexto pensamos no exemplo: O médico sabe cuidar do físico e muitas vezes não importando com o restante, mas vem a psicologia a pensar no Sujeito em sua integridade, pensar que uma mãe de família com câncer em estado terminal, tem vários desencadeadores no medo da morte, sensibilidade, muda toda uma rotina na família e os cuidadores (sejam eles esposo, filhos, mãe). Não esquecendo ser necessário sim o tratamento químico, mas também o trabalho psíquico, então é necessário num Hospital, por exemplo, ter um envolvimento com médicos, psicólogos, assistência social, enfermeiros e etc. Cada um trará um pouco de suas contribuições.

É necessário que saibamos gerir bem nossa formação, adquirir maior experiência possível, para tanto vemos a importância dos estágios supervisionados onde temos oportunidades da prática. Mas isso não pode acontecer se não soubermos cuidar bem na atuação como futuros psicólogos, o cuidado entra como essencial, além de tudo “... É NECESSÁRIO SER TAMBÉM SUJEITO ÉTICO”.

-  E VOCÊ, SERÁ QUE SABE GERIR A SI PRÓPRIO A SUA PROFISSÃO FUTURA ?  
- COMO TEM FEITO ISSO EM SUA VIDA ESTUDANTIL?


Referências:
- Base nos textos dados em sala de aula do professor João Leite Ferreira Neto, A noção de Cuidado e o texto Gestão - uma noção em construção.
- Ênfases transversais em gestão e cuidado.
- Texto da Professora Mara Marçal.
-Discussão em sala de aula.

Sobre as novas Diretrizes Curriculares para os cursos de psicologia


Em 19 de fevereiro de 2004, foi aprovada uma nova diretriz curricular para o curso de psicologia. Através dela, busca-se uma formação ampla do psicólogo, definindo eixos estruturantes nos quais o curso de psicologia deve se estruturar. Também procura formar um profissional mais maduro, capaz de perceber e analisar as problemáticas atuais, e a partir daí poder intervir de forma eficiente. Prevêem no decorrer do curso, separações, ênfases como em investigação científica, processos educativos, de gestão, prevenção e promoção de saúde, processos clínicos de avaliação, aconselhamento e psicoterapias, sendo livre a criação de novas ênfases. Por fim, essas diretrizes vêem a garantir uma qualidade, coerência e homogeneidade do curso de psicologia.
Crítica
A princípio as idéias colocadas nas diretrizes curriculares são interessantes, mas nem sempre visualizadas na prática. Vê-se uma mercantilização dos cursos de psicologia formando profissionais muito mais tecnicistas do que críticos e generalistas como colocado nas diretrizes.
A própria estrutura social, econômica e cultural brasileira inviabiliza uma educação de qualidade. Os alunos brasileiros não têm condições de dedicar exclusivamente à vida acadêmica, também as faculdades não têm interesse em viabilizar um curso integral de qualidade, até mesmo pelo alto custo que iria gerar.
Há que se falar também na estrutura física das universidades, que não privilegiam a comunicação entre os cursos e os alunos, o que ajudaria em muito na formação generalista do profissional de psicologia.
Concluindo, muito distante está o almejado pelas diretrizes curriculares da realidade brasileira e também mundial, capitalista onde vigora o lucro, mesmo em detrimento da formação do ser humano.

Póspsiquê

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Profissional do Futuro


A velocidade das mudanças em todo o mundo têm trazido um impacto muito grande sobre as pessoas, suas relações sociais e principalmente no mercado de trabalho. O ritmo das mudanças é muito rápido, o que faz com que o perfil do bom profissional viva em constante mudança. Já que o futuro nos acena uma aceleração ainda maior em termos de inovação, tecnologia e globalização, algumas características estão sendo bem mais valorizadas do que há alguns anos atrás.   
Atualmente, a quantidade de conhecimento disponível é imensa, e é imensa também a rapidez e facilidade com que esse conhecimento é transmitido. Com os avanços da tecnologia digital, saber lidar com todas as ferramentas de comunicação disponíveis pode ser um grande passo para se estar à frente da concorrência.
Além dos conhecimentos da tecnologia, o mundo contemporâneo caminha para o conhecimento integrado, exigindo do profissional um conhecimento mais amplo. Hoje em dia, não basta ingressar em um curso de especialização. 
 A profissão do futuro exige certas habilidades, como por exemplo, a comunicação, a tecnologia (informática), a produção de conhecimento, o meio ambiente e as ciências biológicas (genética). Para enquadrar nestas habilidades, os profissionais do futuro, deverão produzir conhecimento e saber articular campos de conhecimento, além de se manterem atualizado na tecnologia.       
Os campos de conhecimento não devem ser fechados ou isolados de um todo, pois, nenhuma teoria deve ser construido sem que haja uma conexão possível. Nesse sentido, pode-se afirmar que a opção mais plausível para a construção do conhecimento visa a interdisciplinaridade. Considerando este aspecto para o mercado de trabalho, deve-se levar em consideração que o profissional que se especializa em alguma determinada área, não deve se restringir à ela mas também deve sabe tratar do todo com a mesma eficiência com que trata a área focada.
Do mesmo modo que disciplinas ou áreas distintas devem comunicar-se entre si para que o trabalho isolado não seja uma barreira para se estabelecer relações e troca de diferentes saberes, de grande importância para se alcançar uma visão ampla e completa. 
Atualmente, acreditamos que as universidades não contribuem para a formação dos alunos, uma vez que estão preocupados em transmitir a teoria, deixando de lado prática. Além disso, os alunos não são estimulados a produzir conhecimento, apenas a introjetar o mesmo. Ou seja, o conhecimento aprendido é fragmentado.  


 

Psicólogo, você sabe o que é Twitter?

Vivemos em um mundo em que a era virtual parece que surgiu para ficar. Hoje em dia as informações se processam muito rápido e conhecer e entender todas as redes socias é fundamental para interagir com o outro e entender algumas de suas demandas. Com o surgimento e a integração da internet no cotidiano das pessoas, muitas de suas relações se dão através das redes socias, e por meio destas surgem amores, amizades, e até mesmo interesses compartilhados por determinados assuntos e profissões. Como exemplo de redes socias, podemos citar, Orkut, Facebook, MSN, Blog’s, Youtube e a mais nova “febre” : o Twitter.

O Twitter é um microblog no qual você envia um pequeno texto de 140 caracteres, respondendo a pergunta: “O que você está fazendo?”. As respostas de seus diversos normalmente são pessoais ou mesmo coletivas. Em um mundo em que se exige a informação rápida, o twitter vem crescendo, talvez por essa capacidade de “transmitir” algumas informações em tempo real. É fundamental entender o seu funcionamento para buscar entender os seus usuários e o que dizem, pois, em alguns momentos é possível compreender a pessoa e suas demandas, por aquilo que “twitta”. Os profissionais de Psicologia precisam inteirar-se dessas novidades virtuais, pois em muitos momentos vão se deparar com a presença dessas redes sociais.

E não só isso, mas hoje em dia, algumas empresas de recrutamento e seleção, passaram a usar o twitter, também para esta finalidade. Muitas empresas possuem página no Twitter onde divulgam vagas de emprego, e aqueles que interessarem, enviam seu currículo. E há também algumas empresas, que analisam o twitter de determinados candidatos, pois por ser um espaço livre, a pessoa se expõem de forma a sempre dizer algo sobre si. Então, o que se diz no Twitter pode render um emprego ou fazer com que alguém perca o emprego (É sério, vejam essa notícia: http://info.abril.com.br/noticias/internet/post-no-twitter-causa-2-demissoes-seguidas-19092010-4.shl ). Portanto, o twitter e as demais redes sociais que inicialmente eram usadas para lazer, para relacionar-se com pessoas, tem ganhado outras funções inclusive função informativa e profissional.

Um outro ponto importante, principalmente para aqueles que trabalham com Planos de Cargos e Salários, é entender que essa “explosão” do mundo virtual, criou algo além de um novo estilo de se expressar, mas vem criando também novas profissões, já que especialistas em passar horas em frente ao computador, podem se transformar em Analistas de Mídias Socias (funcionários que monitoram dentro das empresas, o que se fala sobre elas na rede, além de criar e divulgar campanhas virtuais). É fundamental que os Psicólogos em formação conheçam essas novas demandas e entendam o seu funcionamento, compreendendo assim, a nova maneira da sociedade se organizar.

Entenda o que é twitter com este divertido vídeo auto-explicativo: http://www.youtube.com/watch?v=RYBMlGNrNh0&feature=related

Grupo: Psicologia.com

Referências:
Revista Psique Ciência e Vida. Ano IV, nº48
Revista PucMinas nº1

domingo, 19 de setembro de 2010

Portadores de Necessidades Especiais


Para Vygotsky segundo Schlünzen (2005), “o futuro das crianças com necessidades PNE2 depende muito da possibilidade proporcionada a elas em relação à interação com o meio social” (p.197).

   No dia 14/09/2010 no prédio C, sala 102; foi aberto a mesa com a discussão com o tema Portadores de necessidades especiais com a ilustre presença de um portador de necessidades especiais - visual - Ricardo que a 7 anos perdeu totalmente a visão, e que vem nos trazendo um grande exemplo de lidar com certas dificuldades impostas.
   Segundo o artigo 3° do Decreto de dezembro de 1999, o qual regulamenta a lei 7853/1989, considera-se deficiente a perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade dentro do padrão considerado normal para o ser humano. Por outro viés pensando nesse artigo, levantamos a questão seguinte: O que seria para nós o anormal de uma sociedade? Poque o considerado anormal nos inquieta tanto?
   Iniciou-se a mesa com a fala: "O portador de necessidades está alí numa empresa para dar lucro á empresa, como qualquer outro funcionário, mas está ali também para ser respeitado". Essa questão nos leva a pensar que muitas vezes nós vemos a capacidade num deficiente, mas vemos também o medo, e até mesmo a superproteção dos pais (a mãe em especial - em muitos casos falta ficar na sala de aula com o filho não deixando ele decidir por ele e impedindo sua liberdade). Ricardo diz que o importante em 1° lugar é o sujeito aceitar a doença/ dificuldade. Relata que a sociedade está se adaptando ao deficiente, mas o deficiente também tem que se adaptar a sociedade.
   Pensando nessa questão dos pais, podemos pensar também no que já vimos até mesmo aqui na universidade nas disciplinas de Psicanálise, Desenvolvimento da criança, Psicologia da aprendizágem, e outras;   os pais tendem ao "instinto de proteção" mas isso deve vim junto a limites também. A falta de limites nos filhos implica num dilema muito discutido até nos dias de hoje. A criança como diz a psicanálise é tida como "o bebê a magestade", como um objeto de seus pais onde querem fazer dos filhos o que não conseguiram fazer para si mesmo, essa busca do desejo - (a criança quer bala a mãe dá, minutos depois ela quer uma boneca da Barbye, depois ela quer outra coisa e etc...). Mas sabemos que esse desejo nunca será satisfeito, pois assim como explica a psicanálise seria alcançar o "Das Ding" o inatingível, nisso os pais acabam dando amor. Pensando na Comportamental acabam também reforçando essas vontades da criança, reforçando e não dando uma punição a essse estímulos. Isso pode gerar sérios problemas futuros, no campo profissional, vida social e outros. Ricardo disse uma fala interessante de se resaltar: "Os pais tem que cuidar, mas tem que romper um pouco com essa superproteção toda".
   Outro assunto a ser discutido é a zona de conforto que nos impomos nos faz pensar que somos "normais" hoje; e que amanhã poderemos ter uma deficiência (ex: sofrendo um acidente e ficando tetraplégico, levando uma pancada e perdendo a visão e etc.).   Segundo o IBGE no Brasil, estima-se que até 2025 serão cerca de 34 milhões de pessoas portadores de necessidade especiais, que representarão 15% da população brasileira, para 2050 indica que o número de pessoas com mais de 60 anos de idade saltará para 64 milhões, o que corresponderá a 24% da população brasileira.
   Outra discussão levantada foi de que a beleza é a vida que a gente tem que cuidar. - "Chamar a velhice de melhor idade seria algo vulgar...melhor idade pra quê?"  Em torno desse assunto podemos pensar que todos temos certa dificuldade, seja qual for.

Para complementar:

- Filme: Meu nome é Rádio (onde o autor do filme denuncia antes de tudo a exclusão social que faz com que as pessoas que representam necessidades especiais fiquem ás margens da sociedade e sejam vistas como alguém que tem uma doença contagiosa, ou que cometeu um crime hediondo ou ainda que não tem a menor importância e capacidade).
- Filme: Black



"As nossa necessidades unem-nos, mas as nossas opiniões nos separam".