domingo, 19 de setembro de 2010

Portadores de Necessidades Especiais


Para Vygotsky segundo Schlünzen (2005), “o futuro das crianças com necessidades PNE2 depende muito da possibilidade proporcionada a elas em relação à interação com o meio social” (p.197).

   No dia 14/09/2010 no prédio C, sala 102; foi aberto a mesa com a discussão com o tema Portadores de necessidades especiais com a ilustre presença de um portador de necessidades especiais - visual - Ricardo que a 7 anos perdeu totalmente a visão, e que vem nos trazendo um grande exemplo de lidar com certas dificuldades impostas.
   Segundo o artigo 3° do Decreto de dezembro de 1999, o qual regulamenta a lei 7853/1989, considera-se deficiente a perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade dentro do padrão considerado normal para o ser humano. Por outro viés pensando nesse artigo, levantamos a questão seguinte: O que seria para nós o anormal de uma sociedade? Poque o considerado anormal nos inquieta tanto?
   Iniciou-se a mesa com a fala: "O portador de necessidades está alí numa empresa para dar lucro á empresa, como qualquer outro funcionário, mas está ali também para ser respeitado". Essa questão nos leva a pensar que muitas vezes nós vemos a capacidade num deficiente, mas vemos também o medo, e até mesmo a superproteção dos pais (a mãe em especial - em muitos casos falta ficar na sala de aula com o filho não deixando ele decidir por ele e impedindo sua liberdade). Ricardo diz que o importante em 1° lugar é o sujeito aceitar a doença/ dificuldade. Relata que a sociedade está se adaptando ao deficiente, mas o deficiente também tem que se adaptar a sociedade.
   Pensando nessa questão dos pais, podemos pensar também no que já vimos até mesmo aqui na universidade nas disciplinas de Psicanálise, Desenvolvimento da criança, Psicologia da aprendizágem, e outras;   os pais tendem ao "instinto de proteção" mas isso deve vim junto a limites também. A falta de limites nos filhos implica num dilema muito discutido até nos dias de hoje. A criança como diz a psicanálise é tida como "o bebê a magestade", como um objeto de seus pais onde querem fazer dos filhos o que não conseguiram fazer para si mesmo, essa busca do desejo - (a criança quer bala a mãe dá, minutos depois ela quer uma boneca da Barbye, depois ela quer outra coisa e etc...). Mas sabemos que esse desejo nunca será satisfeito, pois assim como explica a psicanálise seria alcançar o "Das Ding" o inatingível, nisso os pais acabam dando amor. Pensando na Comportamental acabam também reforçando essas vontades da criança, reforçando e não dando uma punição a essse estímulos. Isso pode gerar sérios problemas futuros, no campo profissional, vida social e outros. Ricardo disse uma fala interessante de se resaltar: "Os pais tem que cuidar, mas tem que romper um pouco com essa superproteção toda".
   Outro assunto a ser discutido é a zona de conforto que nos impomos nos faz pensar que somos "normais" hoje; e que amanhã poderemos ter uma deficiência (ex: sofrendo um acidente e ficando tetraplégico, levando uma pancada e perdendo a visão e etc.).   Segundo o IBGE no Brasil, estima-se que até 2025 serão cerca de 34 milhões de pessoas portadores de necessidade especiais, que representarão 15% da população brasileira, para 2050 indica que o número de pessoas com mais de 60 anos de idade saltará para 64 milhões, o que corresponderá a 24% da população brasileira.
   Outra discussão levantada foi de que a beleza é a vida que a gente tem que cuidar. - "Chamar a velhice de melhor idade seria algo vulgar...melhor idade pra quê?"  Em torno desse assunto podemos pensar que todos temos certa dificuldade, seja qual for.

Para complementar:

- Filme: Meu nome é Rádio (onde o autor do filme denuncia antes de tudo a exclusão social que faz com que as pessoas que representam necessidades especiais fiquem ás margens da sociedade e sejam vistas como alguém que tem uma doença contagiosa, ou que cometeu um crime hediondo ou ainda que não tem a menor importância e capacidade).
- Filme: Black



"As nossa necessidades unem-nos, mas as nossas opiniões nos separam".



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