quarta-feira, 15 de setembro de 2010

PSICOLOGIA E RELIGIÃO: Vamos discutir?

No dia 15/09 aconteceu na SCAP uma mesa redonda com o tema PSICOLOGIA E RELIGIÃO. À frente desta estavam os professores Rubens, Dorinha, Kaitel e Edward.


Como nossa sala não foi muito receptiva à disciplina Cultura Religiosa I, cujo Edward ministrou, resolvemos levantar uma discussão sobre algumas
falas desses nossos professores, afinal seremos psicólogos e precisamos estar abertos às crenças e religiões das pessoas para darmos uma intervenção de sucesso e dentro da ética de nossa profissão.


Abaixo listamos algumas frases, espero que toda a sala venha discutir conosco esse tema tão polêmico.
  

" É justamente no ponto no qual a cultura fracassou que brota o símbolo, testemunha das coisas ainda ausentes, saudade de coisas que não nasceram.... surge a religião, teia de símbolos, rede de desejos, confissão da espera, horizonte dos horizontes, a mais fantástica e pretensiosa tentativa de transubstanciar a natureza." Rubem Alves


"A religião é uma instituição política porque está aliada ao Estado."


"...em um estudo sobre o início da religião e da moralidade humanas, que publiquei em 1913 sob o título de Totem e Tabu [Freud, 1912-1913], apresentei a hipótese de que a humanidade como um todo pode ter adquirido seu sentimento de culpa, a origem primeira da religião e da moralidade, no começo de sua história, em conexão com o complexo de Édipo." Freud

"A psicanálise tornou conhecida a íntima conexão existente entre o complexo do pai e a crença em Deus. Fez ver que um Deus pessoal nada mais é, psicologicamente, do que uma exaltação do pai, e diariamente podemos observar jovens que abandonam suas crenças religiosas logo que a autoridade paterna se desmorona.... Se o Deus benevolente e justo é um substituto do pai, não é de admirar que também sua atitude hostil para com o
pai, que é uma atitude de odiá-lo, temê-lo e fazer queixas contra ele, ganhe expressão na criação de Satã. Assim, o pai, segundo parece, é o protótipo individual tanto de Deus
quanto do Demônio." Freud


"A política sustenta a Religião e a Religião sustenta a política." Prof. Dorinha


"O grupo dos Evangélicos Pentecostais tem crescido bastante e dentro desse grupo tem-se o maior número de políticos." Prof. Dorinha



"Os políticos detem o poder através do Sagrado." Prof. Dorinha


"Religião é a busca por potência, por realizações." Prof Kaitel


"O contato com Deus é sempre Deus dentro de você. É um contato íntimo que não precisa ser intermediado." Prof. Kaitel


"A religião possui dois níveis: o horizontal, no qual nós buscamos algo e o vertical, onde a força vem de cima." Prof. Kaitel


"Por que há tantos conflitos na linguagem religiosa?" Prof. Edward


"Por que há pouco diálogo entre as religiões?" Prof. Edward


"A linguagem religiosa se apresenta  de modo simbólico (gestos, objetos) e de modo formulado (linguagem oral ou escrita - orações, ritos)." Prof. Edward


"A linguagem religiosa é mais narrativa do que descritiva; é mais performativa do que histórica factual; é mais simbólica do que literal; é mais existencial do que empírica; se aproxima mais da linguagem amorosa do que a da racionalidade científica." Prof. Edward





 SUGESTÕES

ALVES, R. O que é religião? São Paulo: Loyola, 1999.



______. O Suspiro dos oprimidos. São Paulo: Paulus, 1999.


DAVID, S. N. (2003). Freud e a religião. Rio de Janeiro: Zahar.

FREUD, E., & Meng, H. (Orgs.). (1998). Cartas entre Freud e Pfster: Um
diálogo entre a psicanálise e a fé cristã. Viçosa, MG: Ultimato.

FREUD, S. (1976a). O futuro de uma ilusão (Edição Standard Brasileira
das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol. 21).
Rio de Janeiro: Imago (Originalmente publicado em 1927).


_____,  S.  (1976b).  Novas  conferências  introdutórias  sobre
a  psicanálise:  Conferência  XXXV:  A  questão  de  uma
Weltanschauung  (Edição  Standard  Brasileira  das  Obras
Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol.22). Rio de
Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1933 [1932]).


_____, S. (1976c). Moisés e o monoteísmo (Edição Standard Brasileira
das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol. 23). Rio
de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1939 [1934-38]).


_____, S.  (1976d). As neuropsicoses de defesa  (Edição Standard
Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud,
Vol. 3). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1894).


_____, S. (1976e). Totem e tabu (Edição Standard Brasileira das
Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol. 13). Rio
de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1913).


_____, S. (1976f). Um estudo autobiográfco  (Edição Standard Brasileira
das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol. 20). Rio
de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1925 [1924]).


_____, S. (1976g). Por que a guerra? (Edição Standard Brasileira
das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol. 22,
pp. 237-259). (Originalmente publicado em 1930).


_____, S. (1976h). Atos obsessivos e práticas religiosas ( Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de
Sigmund Freud, Vol. 9). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente
publicado em 1907).


_____, S. (1976i). Conferências introdutórias sobre psicanálise:
Conferência XXl: O desenvolvimento da libido e as organizações
sexuais (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas
Completas de Sigmund Freud, Vol. 16). Rio de Janeiro: Imago.
(Originalmente publicado em 1916- 1917 [1915-1917]).


_____, S.  (1976j). Leonardo da Vinci e uma  lembrança da sua
infância (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas
Completas de Sigmund Freud, Vol. 11). Rio de Janeiro: Imago.
(Originalmente publicado em 1910).


_____, S. (1976k). Uma neurose demoníaca do século XVII (Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de
Sigmund Freud, Vol. 19). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente
publicado em 1923[1922]).


_____, S. (1976l). Dois verbetes de enciclopédia  (Edição Standard Brasileira
das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol. 18). Rio de
Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1923[1922]).


JOHSON, P. (1964). Psicologia da religião. São Paulo: Aste.


KÜNG, H. (2006). Freud e a questão da religião. Campinas, SP: Verus.

Um comentário:

  1. Na SCAP a Mesa de abertura que teve como mediadora: Maria de Fátima Lobo Boschi e como convidados: Maria Cristina Martins de Andrade, a Tininha; João Leite Ferreira Neto e Liza Fensterseifer na Multimeios 30 na segunda feira dia 13, foi abrilhantada pela presença de vários professores e alunos e ainda pela bela exibição do vídeo de comemoração dos: “10 anos de Psicologia no São Gabriel”. O mesmo que emocionou a todos os presentes, mostrava imagens daqueles que fizeram e ainda fazem a história deste grande percurso de vitórias e acontecimentos marcantes. Para completar o dia, a Roda de conversa com ex-alunos como o professor Carlos Eduardo Carrusca, aluno da primeira turma de Psicologia do São Gabriel, nos mostrou como estes e tantos outros “desbravaram”, aquela que hoje é a nossa Unidade São Gabriel.
    Esperamos que enquanto aqui e quando sairmos possamos nós também fazer parte desta bela história...

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