terça-feira, 16 de novembro de 2010

O brincar e a análise infantil



O brincar é um grande auxiliar no desenvolvimento infantil. Através dele a criança se socializa, aprende sobre regras e limites, desenvolvem habilidades visuais, auditivas, raciocínio criativo, inteligência, etc. além de ser também uma forma de expressão infantil. Pode-se dizer, seguindo Winnicott (1975), que o brincar é universal, facilita o crescimento e, portanto, a saúde, conduz a relacionamentos grupais, é uma forma de comunicação consigo mesmo e com os outros.
Esse mesmo autor aponta a relevância do lugar do brincar no espaço analítico, apontando como modo privilegiado de intervenção psicoterapêutica.

“A psicoterapia se efetua na sobreposição de duas áreas do brincar, a do paciente e a do terapeuta. A psicoterapia trata de duas pessoas que brincam juntas. Em conseqüência, onde o brincar não é possível, o trabalho efetuado pelo terapeuta é dirigido então no sentido de trazer o paciente de um estado em que não é capaz de brincar para um estado em que o é”. (Winnicot apud Durante,, 1975, p.59).

Winnicot se refere ao brincar enquanto ação conjunta, enquanto uma inter-ação. Nesta perspectiva, pensar o lugar do brincar no contexto do setting analítico enquanto forma de inter-ação, ou dito de outro modo, como forma de expressão de uma “ação entre”, nos abre a possibilidade de enxergar tal atividade como forma mesma de expressão e constituição subjetiva, ou seja, como linguagem.
De acordo Cabral, citado por Neto a análise infantil funda-se no princípio da catarse, uma vez que tenta explorar o mundo de sentimentos e impulsos inconscientes (os “fantasmas” infantis) como origem efetiva de todas as ações e reações observadas nos pequenos pacientes.”
Contudo, é preciso ainda que haja bastante minúcia com relação ao brincar da criança, para que não haja falsas interpretações, por isso, a importância de um discurso da criança amarrado a brincadeira. A brincadeira é um elemento importante para a criança se expressar, mas pode acontecer dela colocar ali tão somente um desenho, um jogo, uma determinada cena, sem o desejo de informar nada para além disso.

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