quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Uma historinha "engraçada"...




“Como não se preocupar com o bem estar das pessoas????”, é uma das frases que Catarina sempre pensava...Catarina foi uma menina esperta, brincalhona, sorridente e muito amiga... Ah, e sempre gostava de escutar as pessoas... A mãe estava triste, Catarina a escutava... Escutava o irmão, as irmãs, o pai, os amigos, os vizinhos, as crianças, os idosos, o cachorro, o papagaio... Se tinha alguém precisando ser escutado, lá estava Catarina, sempre disposta a escutar.
Em contato com a formação da mãe e de mais duas irmãs psicólogas, que com freqüência, compartilhavam o que estavam estudando ou já haviam estudado, despertando assim um interesse cada vez maior pela área que Catarina já era bastante interessada, pensava então em ser psicóloga. Mas no entanto, como a maioria das crianças na fase escolar, seu primeiro desejo foi ser professora, iniciou o pré primário aos 7 anos, porque naquela época só fazia “jardim de infância” ,como era chamado, crianças cujos pais tinham dinheiro para pagar, o que não era seu caso. Catarina lembra-se até hoje de seu primeiro dia de aula, mochila e merendeiras amarelas, “ porque amarelas”? segundo sua mãe era de fácil localizar Catarina, “que era uma garotinha mirradinha coitadinha”, uniforme azul marinho, as meias brancas e a terrível e indispensável “Conga”, Catarina odiava calçar isso, chorava muito, mas só poderia entrar na escola com o uniforme completo, a diretora era uma ditadora ( D.Zuleima come capim de cavalo...ops, rs rs,  seu nome na verdade era D. Zuleima Scarpin de Carvalho, mas era tão chata que o primeiro pegou e o bairro todo se referia a ela assim).   
Catarina chegou no portão da Escola Menino Jesus de Praga, segurando fortemente a mão de sua mãe, que repetia sem parar que não era para ela chorar, que iria passar rápido e que a estaria esperando do lado fora, essas palavras de fato surtiram efeito, ainda com lágrimas querendo cair dos olhos e o nó na garganta somados ao medo do que não conhecia,  Catarina não chorou, entrou, rezou, ouviu o hino nacional, as músicas infantis “pintinho amarelinho”, em seguida foi para a sala e por lá não quis sair jamais, se encantou pelo novo e por tudo que ele iria lhe proporcionar, e se apaixou pela professora, descobriu então que queria ser  inteligente igual ela, estava decicido, não ia ser mais psicológa, iria ser professora.  
Fez o ensino fundamental, mas nessa época-pré adolescência, não pensava em ser nada, queria mesmo era ir pra escola para divertir com seus amigos. Bons tempos aqueles, ria muito... do nada,  de tudo...ria e ria, e assim foi até a 8º série, mesa escola, mesmo amigos, mesmas brincadeiras, piadas ...e mais risadas.
Catarina passou para o Ensino Médio, e agora??? Vários questionamentos surgiram, qual escola iria? O que ela iria ser???? Decidiu então ira para o badalado “Central”, escola pública  referência de Belo Horizonte,  dividida por áreas: exatas, humanas e biológicas, melhor época da vida de Catarina, longe da mãe, das irmãs...tudo que ela queria, mas era tão que passou tão rápido.
E já  estava na hora de tentar o vestibular...Tentou Psicologia...não passou...Ciências Sociais...História...então, como não tinha condições de custear seus estudos e a Federal foi um sonho que não foi possível, o sonho teve que ficar para trás...
Muitos anos depois, Catarina conheceu um rapaz, que incentivava estudos e sonhos... Surgia então um brilho no olhar e a possibilidade da realização de um sonho que já era dado como perdido. 
Começa uma nova fase...a realização pessoal tão esperada... Primeiro dia de aula, e com as esperanças de uma nova vida...novos amigos...novos conhecimentos...novas satisfações...novos desafios...
No segundo período da faculdade, Catarina teve um grande interesse pela disciplina de desenvolvimento da criança, o que a fez pensar na possibilidade de trabalhar com um público infantil. No terceiro período, descobriu Freud, e como sua inteligência e coragem fez surgir a psicanálise, área pela qual também começou a se interessar, ainda mais pelo professor ser um dos homens mais bonitos que ela já havia visto, o que a motivava ainda mais às aulas. Eram longas reflexões sobre Psicanálise misturadas com profundos suspiros de todas as alunas da sala... Com o passar dos períodos, os freqüentes congressos, colóquios, seminários e convivência com psicólogos de diversas áreas, Catarina se sentiu atraída por ares diferentes...Psicanálise, Avaliação Psicológica, Gestalt, Social, Psicopatologia, Fenomenologia-Existencial, Organizacional, Institucional, Sistêmica... Por diversos motivos, ela se sentia atraída pelas áreas...Encontrou muitas amigas que compartilhavam seu interesse por Psicopatologia, que concordavam em muitas coisas, como o sofrimento das pessoas com transtorno mental, por, além de estarem em sofrimento, são excluídas pela sociedade, discriminadas como cidadãos, o que a chamou muito a atenção, em como poder ajudar no restabelecimento dessas pessoas na sociedade, como pessoas capazes e habilitadas a viver em grupo, partindo de uma cooperação. Surge também em sua trajetória, a Neuropsicologia, como campo de interesse, principalmente articulada às teorias de desenvolvimento da criança. A Avaliação Psicológica também é uma área em que Catarina pensa querer ter um maior conhecimento, com o intuito de buscar uma complementação às outras áreas.
Hoje, Catarina se sente um pouco angustiada, pois semestre que vem já vai ter que optar por uma ênfase para dar seguimento a sua formação, entretanto, por ter diversas áreas de interesse, ainda acha difícil tal decisão, portanto espera fazer a escolha de forma acertiva, sempre em busca de se tornar uma excelente profissional e cumprir com a tarefa que ela se propôs desde o início do curso: se tornar uma pessoa mais humana, para conseguir tentar auxiliar as pessoas em seus sofrimentos, angústias e desamparos psíquicos...com a certeza de ter, acima de tudo, construído um novo caminho, que está repleto de amizades, trocas, confissões, aprendizados, com professores e colegas, alguns bons, outros nem tanto, mas sempre valorizando o que a vida nos traz de mais importante: a valorização do ser humano.


2 comentários:

  1. A Catarina é uma graça. Uma personagem viva! Com angústias, dúvidas, sonhos e certezas!! Continue caminhando Catarina!

    ResponderExcluir
  2. Também adorei conhecer a Catarina e como ela já percebe a complexidade da área de conhecimento e atuação que ela escolheu!!
    Além de tudo, a Catarina evidencia que antes de qualquer coisa, estamos na universidade em um âmbito educacional, de formação, de transformação, descobertas e interações sociais! Vá em frente Catarina!

    Abraços,

    Valéria e Cássia

    ResponderExcluir

Deixe aqui seu cometário