“Como
não se preocupar com o bem estar das pessoas????”, é uma das frases que
Catarina sempre pensava...Catarina foi uma menina esperta, brincalhona,
sorridente e muito amiga... Ah, e sempre gostava de escutar as pessoas... A mãe
estava triste, Catarina a escutava... Escutava o irmão, as irmãs, o pai, os
amigos, os vizinhos, as crianças, os idosos, o cachorro, o papagaio... Se tinha
alguém precisando ser escutado, lá estava Catarina, sempre disposta a escutar.
Em contato com a formação
da mãe e de mais duas irmãs psicólogas, que com freqüência, compartilhavam o
que estavam estudando ou já haviam estudado, despertando assim um interesse
cada vez maior pela área que Catarina já era bastante interessada, pensava
então em ser psicóloga. Mas no entanto,
como a maioria das crianças na fase escolar, seu primeiro desejo foi ser
professora, iniciou o pré primário aos 7 anos, porque naquela época só fazia
“jardim de infância” ,como era chamado, crianças cujos pais tinham dinheiro
para pagar, o que não era seu caso. Catarina lembra-se até hoje de seu primeiro
dia de aula, mochila e merendeiras amarelas, “ porque amarelas”? segundo sua
mãe era de fácil localizar Catarina, “que era uma garotinha mirradinha
coitadinha”, uniforme azul marinho, as meias brancas e a terrível e
indispensável “Conga”, Catarina odiava calçar isso, chorava muito, mas só
poderia entrar na escola com o uniforme completo, a diretora era uma ditadora (
D.Zuleima come capim de cavalo...ops, rs rs,
seu nome na verdade era D. Zuleima Scarpin de Carvalho, mas era tão
chata que o primeiro pegou e o bairro todo se referia a ela assim).
Catarina chegou no portão
da Escola Menino Jesus de Praga, segurando fortemente a mão de sua mãe, que
repetia sem parar que não era para ela chorar, que iria passar rápido e que a estaria
esperando do lado fora, essas palavras de fato surtiram efeito, ainda com
lágrimas querendo cair dos olhos e o nó na garganta somados ao medo do que não
conhecia, Catarina não chorou, entrou,
rezou, ouviu o hino nacional, as músicas infantis “pintinho amarelinho”, em
seguida foi para a sala e por lá não quis sair jamais, se encantou pelo novo e
por tudo que ele iria lhe proporcionar, e se apaixou pela professora, descobriu
então que queria ser inteligente igual
ela, estava decicido, não ia ser mais psicológa, iria ser professora.
Fez o ensino fundamental,
mas nessa época-pré adolescência, não pensava em ser nada, queria mesmo era ir
pra escola para divertir com seus amigos. Bons tempos aqueles, ria muito... do
nada, de tudo...ria e ria, e assim foi
até a 8º série, mesa escola, mesmo amigos, mesmas brincadeiras, piadas ...e
mais risadas.
Catarina passou para o
Ensino Médio, e agora??? Vários questionamentos surgiram, qual escola iria? O
que ela iria ser???? Decidiu então ira para o badalado “Central”, escola
pública referência de Belo
Horizonte, dividida por áreas: exatas,
humanas e biológicas, melhor época da vida de Catarina, longe da mãe, das
irmãs...tudo que ela queria, mas era tão que passou tão rápido.
E já estava na hora de tentar o vestibular...Tentou Psicologia...não passou...Ciências Sociais...História...então, como não tinha condições de custear seus estudos e a Federal foi um sonho que não foi possível, o sonho teve que ficar para trás...
Muitos anos depois, Catarina conheceu um rapaz, que incentivava estudos e sonhos... Surgia então um brilho no olhar e a possibilidade da realização de um sonho que já era dado como perdido.
Começa uma nova fase...a realização pessoal tão esperada... Primeiro dia de aula, e com as esperanças de uma nova vida...novos amigos...novos conhecimentos...novas satisfações...novos desafios...
No
segundo período da faculdade, Catarina teve um grande interesse pela disciplina
de desenvolvimento da criança, o que a fez pensar na possibilidade de trabalhar
com um público infantil. No terceiro período, descobriu Freud, e como sua
inteligência e coragem fez surgir a psicanálise, área pela qual também começou
a se interessar, ainda mais pelo professor ser um dos homens mais bonitos que
ela já havia visto, o que a motivava ainda mais às aulas. Eram longas reflexões
sobre Psicanálise misturadas com profundos suspiros de todas as alunas da
sala... Com o passar dos períodos, os freqüentes congressos, colóquios,
seminários e convivência com psicólogos de diversas áreas, Catarina se sentiu
atraída por ares diferentes...Psicanálise, Avaliação Psicológica, Gestalt,
Social, Psicopatologia, Fenomenologia-Existencial, Organizacional,
Institucional, Sistêmica... Por diversos motivos, ela se sentia atraída pelas
áreas...Encontrou muitas amigas que compartilhavam seu interesse por Psicopatologia,
que concordavam em muitas coisas, como o sofrimento das pessoas com transtorno
mental, por, além de estarem em sofrimento, são excluídas pela sociedade,
discriminadas como cidadãos, o que a chamou muito a atenção, em como poder
ajudar no restabelecimento dessas pessoas na sociedade, como pessoas capazes e
habilitadas a viver em grupo, partindo de uma cooperação. Surge também em sua
trajetória, a Neuropsicologia, como campo de interesse, principalmente
articulada às teorias de desenvolvimento da criança. A Avaliação Psicológica
também é uma área em que
Catarina pensa querer ter um maior conhecimento, com o
intuito de buscar uma complementação às outras áreas.
Hoje,
Catarina se sente um pouco angustiada, pois semestre que vem já vai ter que
optar por uma ênfase para dar seguimento a sua formação, entretanto, por ter
diversas áreas de interesse, ainda acha difícil tal decisão, portanto espera
fazer a escolha de forma acertiva, sempre em busca de se tornar uma excelente
profissional e cumprir com a tarefa que ela se propôs desde o início do curso:
se tornar uma pessoa mais humana, para conseguir tentar auxiliar as pessoas em
seus sofrimentos, angústias e desamparos psíquicos...com a certeza de ter, acima de tudo, construído um novo caminho, que está repleto de amizades, trocas, confissões, aprendizados, com professores e colegas, alguns bons, outros nem tanto, mas sempre valorizando o que a vida nos traz de mais importante: a valorização do ser humano.
A Catarina é uma graça. Uma personagem viva! Com angústias, dúvidas, sonhos e certezas!! Continue caminhando Catarina!
ResponderExcluirTambém adorei conhecer a Catarina e como ela já percebe a complexidade da área de conhecimento e atuação que ela escolheu!!
ResponderExcluirAlém de tudo, a Catarina evidencia que antes de qualquer coisa, estamos na universidade em um âmbito educacional, de formação, de transformação, descobertas e interações sociais! Vá em frente Catarina!
Abraços,
Valéria e Cássia