"Daqui a cinco anos você estará bem próximo de ser a mesma
pessoa que é hoje, exceto por duas coisas: os livros que ler e as pessoas de
quem se aproximar"
(Charles Jones)
Creio
que essa frase de Charles Jones diz muito da minha trajetória acadêmica.
Pois é, lá estava eu ingressando em 2008 na Universidade – PUC Minas no auge dos meus 33 anos, após anos sem
freqüentar sala de aula, me percebendo como tão despreparada, mas ao mesmo
tempo tão curiosa em saber onde tudo isso poderia dar. ”Qui Treim estranho sô”!!!
E
por falar em trem, embarquei nessa viagem em direção a uma “formação em
psicologia” ao qual o número da minha “passagem” é o 24º lugar, o que não
imaginava era as surpresas que essa trajetória reservara. Ao logo do caminho tenho
conhecido os demais passageiros que compartilham do mesmo objetivo, chegar a
essa tão “Formação em Psicologia”. Há nesse trem mordomos que nos “servem” os passageiros, a cada período novos mordomos
surgem e nos é oferecido novas “refeições”, umas bem saborosas, outras não tão
agradáveis, teve uma que foi exótica, inicialmente não entendia o que ele
estava fazendo ali, uma tal de estatística, para muitos foi difícil de
engolir .
Mas
na medida em que o tempo vai passando posso perceber que todas as “refeições”
oferecidas são necessárias, pois promovem o “crescimento intelectual” dos
vários passageiros que embarcaram nessa longa viagem. Ao longo da trajetória
alguns passageiros desceram, alegando terem embarcado no trem errado, outros
vieram de outros trens, e eu continuo ”metralhada” por vários sentimentos, na
medida em que o trem movimenta, por alguns períodos pensei que poderia ser
arremessada para fora dele, mas sempre apareceu algum passageiro para incentivar
a continuar dentro desse amplo trem.
Inicialmente
eu pensava lá com meus “botões”, ”eita” “passagem cara”, ”viagem longa”, ”passageiros
tal diferentes”, ”alguns alimentos estranhos” (nem o tal do Freud explica.), mas
continuo...
Com
muita freqüência, os “mordomos” nos apresentam tantas formas de fazer a mesma “receita”,
isso é incrível, a diversidade dos saberes, em cada momento essas receitas nos é
apresentada com o nome de mestres diferentes (tem cada nome...), parece que a
qualquer momento pode “dá um nó na minha cabeça”,uffa...
São
eles Freud - Psicanálise / Lacan, Husserl – Fenomeologia , Perls-Gestalt
, – Skinner - Behaviorismo e tantos outros, mas todos
buscavam um bem comum, compreender os comportamentos humanos, isso é mesmo fascinante,
ainda que não concorde de como é efetuado algumas receitas(e nem estou aqui
para isso...),mas entendo que é necessário estudar todas as formas para que ao
término da viagem eu e todos os demais passageiros possamos executar as nossas
próprias receitas, usando ingredientes de outros e formas diferentes mas com o
mesmo objetivo de estudar o
comportamento e os processos mentais dos indivíduos.
Essa
longa, mas gratificante viagem só terminará em dezembro de 2012, muitas
novidades ainda vão aparecer muitos desafios e alguns obstáculos, mas essa experiência
está proporcionando o conhecimento através de “receitas”, e a relação diária
com cada viajante e sua subjetividade me faz ter a certeza que irei sair desse
trem com a mesma identidade que entrei, mas o aprendizado e as relações
estabelecidas me proporcionaram um saber imensurável, o que me faz ficar sem palavras.
Vou continuar escrevendo a historia na medida em que o trem percorre os longos
trilhos da perseverança. O meu grande objetivo, é aplicar o conhecimento adquirido
ao longo dessa desafiadora viagem para
além dos “trilhos” acadêmicos.
Ok garotos, vocês fizeram uma produção coletiva do percurso, certo? Ficou bacana essa metáfora do trem! Mas cá para nós, será que a identidade permance a mesma durante e depois desse percurso? Questão para pensar...
ResponderExcluirGrande abraço,
Valéria e Cássia